terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Grande

Não gosto da expressão da hora 'fulano é o cara', 'beltrano é o cara', mas me deu vontade de usá-la agora para falar de Albert Einstein. Ele foi, sem dúvida, 'o cara' do século 20, talvez 'o cara' de todos os tempos. Mesmo em relação ao post abaixo das inevitáveis derrapadelas dos gênios - que são seres humanos e escorregam mesmo (na vida pessoal então...) é difícil encontrar alguma falha em sua obra. E que obra... Senão vejamos: sua constante cosmológica, tão ridicularizada no início, não só passou a ser levada a sério nos últimos 10, 15 anos, como tem recentemente rendido prêmios Nobels a alguns físicos que o estão estudando e comprovando sua existência (não tenho os nomes agora, mas depois localizo e posto); sua relutância/aversão em relação à mecânica quântica (mais pelos seus desdobramentos) tem se demostrado perspicaz, e na prática inatacável. E quanto a suas obras-primas - relatividade especial, relatividade geral, efeito fotoelétrico, artigos fundadores da cosmologia etc etc, elas formam um conjunto de criações/descobertas que beiram o absurdo ao sabermos que tudo foi gerado por uma única cabeça - acho que Einstein é o Shakespeare da física hehe. Além de tudo, e apesar de não criar nada do vácuo porque isso, claro, não existe (nem para ele), Einstein foi capaz de conceber suas teorias literalmente só, sem colegas, sem equipe, sem nada, contrariando os clichês mais arraigados do 'trabalho em equipe', "ninguém faz nada sozinho" etc. Por tudo isso, um sujeito como ele deveria dar a qualquer um orgulho de sermos seres humanos, além de um certo alívio, já que a mesma humanidade tb nos legou Hitlers e Stalins... Viva o grande suíço/alemão!

Soft

Voltando à música, ou melhor, a alguns gênios da música, me ocorre que mesmo entre eles, há obras que deixam a desejar. Mesmo nos melhores casos, ao menos parte delas - alguns movimentos, inteiros ou parte deles - mesmo que ínfima, soa forçado. E acredito que isso é fato para todos os grandes compositores, sem exceção - o que inclui até mesmo Bach, o deus maior da nossa música. E claro, se estende tb aos grandes mestres de todas artes, de Michelangelo a Truffaut. Tendemos a ignorar, ou melhor, a abstrair a ruindade deles (neles), quando ela aparece. Mas não é diferente em relação aos nossos amigos e familiares, o que para mim não era tão claro até hoje. Isso deveria soar bem, mas não me soa - o fato de que, quando convém, julgamos tudo e todos pelo que fazem de melhor, deixando o pior descansando no armário. Somos só aparentemente implacáveis, porque só assim conseguimos sobreviver.

Serviços em SP e Freud

Falando em cerveja, me vem à cabeça o nível dos serviços em bares e restaurante em SP, que merece uma consideração. Para mim, atendimento bom acontece em lugares - simples ou requintados - onde sentimos que o garçom está 'com a gente', satisfeito em nos atender, sem subserviência, mas satisfeito. Naqueles em que o atendimento é blasé ou antipático, a pessoa trai um certo mal estar de simplesmente trabalhar no ramo. Aí não dá, é o caso de mudar de profissão, e a eventual beleza física do fulano(a) não altera isso em nada. E se essa pessoa não tem a iniciativa de pedir o boné, que os donos destes estabelecimentos o façam por ela.

Por uma cerveja menos choca em 2010

Não sei bem por que, mas em São Paulo, as cervejas nacionais (Brahma, Antarctica, Bohemia, Kaiser etc) são piores que em outras capitais ou estados. É só comparar uma brahma que se bebe no Rio ou no Espírito Santo, por exemplo, com as daqui - talvez seja a diferença da qualidade da água, não sei, o fato é que em SP o sabor das cervas é incomparavelmente pior, mas é mais que isso, porque não dá sequer para beber, diferente de lá, em que a bebida desce bem legal, quase como na propaganda. De minha parte já desisti, e esse tem sido o lado bom da coisa - quase não bebo mais cerveja. Além da possível explicação da água, o desleixo com que se serve cervejas nos botecos de SP tb pode explicar o gosto horrível - em 90% (talvez 99%) deles ela está irremediavelmente choca, o caminho certo seria o lixo ou a pia, mas eles a servem para a gente... que na maioria das vezes, nunca reclama, talvez por nunca ter viajado ou pedido cerveja nos lugares que descrevi, o que é uma pena, mas ajuda a entender a situação.

Romantismo - um problema

O que me incomoda no Romantismo - falando de música - é um tipo de literatice que virou moda na época, possivelmente a partir do romantismo alemão. É aquele tipo de 'interpretação' do mundo em que uma composição passa a ter que ter um 'tema', uma inspiração 'oficial'. Então a música ganha título e até um enredo, como se fosse um romance ou um tipo de ópera, e o ouvinte deve limitar sua imaginação àquela realidade, o que me soa impositivo e chato. Beethoven já insinuava, mas, por sorte, acabou não dando tanta bola para a coisa, mas a geração seguinte, com exceção de Schubert, Chopin, Mendelssohn e Brahms (exceções bem representativas, tenho de admitir...). Para exemplificar, cito o caso de Lizt, com seus poemas sinfônicos. Wagner estaria no meio do caminho, já Robert Schumann foi capturado, mas o fato é que muitas vezes, a música é tão bela e celestial que o que critico aqui fica em segundo plano, ainda bem, pois a grande música é capaz de superar até as tolices de seus criadores - eu tb incluiria Mussorgsky e Tchaikovsky nessa lista. Depois pretendo voltar ao assunto.

Música e notícia: nada a ver

Pois é, voltei - vou parar de me despedir. A Cultura FM de São Paulo é uma benção, mas ainda não entendi por que enxertam na programação notíciários de uma em uma hora, tipo Globonews. Não carece (e o motivo passa longe de eles serem bem fraquinhos), porque quem quer ouvir música quer ouvir música, só isso, não deve ser tão difícil de entender. Acho um porre essa 'jornalização' de tudo (parece que precisamos saber das novas o tempo todo, quem sabe para saber que ainda estamos vivos...). Agora, se um asteróide gigante estiver a ponto de colidir com a Terra, tudo bem, que se dê a notícia, inclusive interrrompendo a programação. Tipo assim: "vc aí ouvinte, tem mais 40 minutos para fazer qualquer coisa na vida antes de morrer, mas se quiser seguir escutando a Cultura, ela vai continuar no ar até o fim" hehe. Mas que fique combinado, só se for por algo desta magnitude, e para cima..!

Unisex de longo alcance

Só para complementar o post abaixo. Acho que as verdadeiras loiras burras são as que pensam que são inteligentes. São mais divertidas, porque autênticas - e podem ser morenas, ruivas, negras etc etc. E claro, a máxima tb se aplica ao sexo masculino, que inclusive as supera de longe em número. Agora fui! feliz Natal e um grande 2010!