sexta-feira, 28 de maio de 2010

Blog com novo visual

Fear 2

Outra coisa recorrente é a crítica de muitos jornalistas aos blogs em geral. Estes tenderiam quase sempre à inconseqüência enfezadinha, ressentida, amargurada etc. Soa como pura reação, medo mesmo – é claro que uma fração imensa de tudo que está na rede é bem duvidosa, mas mesmo que só 0,01% de tudo prestasse (e é mais que isso), não seria pouco. Anyway, como se trata de um processo irreversível, as queixas são pura perda de tempo.

Fear

Não é de hoje que leio blogs de escritores. Alguns deles, além da literatura, acabam desembocando no teatro, por isso também tenho lido alguns de atores e encenadores. Boa parte dessas pessoas vive e trabalha em São Paulo. Inevitável constatar que, se tem alguma coisa comum a todos, é o elogio recíproco dos trabalhos de cada um. Basta o artista ter um mínimo de projeção que... é elogio pra cá, elogio pra lá, desanimador. A regra parece ser “você me elogia que eu elogio vc depois”. Na blogsfera teatral, toda estréia de algum amigo é louvada, na literária, os lançamentos dos brothers são sempre fundamentais. Salve a amizade! Fica implícito que a justificativa para isso seria justamente a precariedade da cena literária e teatral no Brasil – “Precisamos uns dos outros para sobreviver”, esse tipo de coisa. Convenhamos, se a desculpa for essa, é muito fraca e não convence (até porque, muitos destes artistas se dizem iconoclastas, é a piada pronta). Ao mesmo tempo, soa como um tipo de tentativa de manter o clubinho quase fechado, já que a louvação é restrita a quem já possui uma “obra”, por mais limitada que esta possa ser. Não se trata de querer que um detone o outro, mas é como se fosse proibido um artista X não gostar da obra do colega Y, porque isso significaria romper com Y. É tacanho, ainda mais quando se trata de criadores, de arte.

Esclarecimento

Turista é o "viajante" sem afetação. É aquela pessoa realista, que não tem a tola presunção de se integrar a nada. Não quer fazer parte da paisagem, por isso a registra, em fotos. Viva os turistas!

Jules e Jim

Rever filmes de que gostamos, amamos, é um perigo mesmo. Revi há pouco na TV Jules e Jim (1962) e me decepcionei – quase tudo me pareceu afetado (os diálogos, aquela narração...), e os personagens, falsos. Mas quando o assisti, em 1997, fiquei profundamente tocado. A trilha, no entanto, continua belíssima. De qualquer forma, muito esperta a idéia de Truffaut de fazer um filme da nouvelle vague ambientado na Belle Époque. E a impactante cena final não envelheceu, o que talvez explique a permanência do filme. Mas não a justifica.

domingo, 23 de maio de 2010

Hard work

Como são chatas e irritantes todas essas reportagens na tevê sobre a Copa do Mundo. Ainda faltam quase três semanas para o início do evento, a lista dos 23 jogadores já saiu, e, se ninguém se machucar, não vai acontecer rigorosamente NADA até lá. A tal preparação - se é que isso existe – não se presta a ser transmitida, e é deprimente - e principalmente entediante – ver bons e maus repórteres tentando repercutir o nada. Imagino o quanto essa época deve ser insuportável para quem não gosta de futebol, se quase já é para mim, que gosto da coisa.

Os iluminados

Esse case Lula/Amorim/Irã é inacreditável. Como disse recentemente o embaixador Luiz Felipe Lampreia, se o Irã conseguir a bomba, a consequência mais óbvia - e imediata - é provocar uma corrida nuclear nunca vista naquela região, a começar pelo... Iraque!, passando pelo Oriente Médio, claro - um cenário sombrio, que tornaria a paz ainda mais distante. É simples assim, mas nossos gênios argumentam que se trata do oposto. Argh.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Imortal

Li uma frase genial há pouco, a propósito da vitória do Santos contra o Grêmio, ontem, na Vila. “O Grêmio é imortal? O Santos enterra vivo.” Muito bom!, até porque, essa história de 'imortal' dos gremistas é bem cansativa... E ps: os times gaúchos têm tocado o hino do Rio Grande do Sul antes das partidas, mesmo no caso de jogos que envolvem equipes de outros estados ou países, uma cafonice separatista ridícula. Em São Paulo, por sua vez, criaram uma lei que exige o Hino Nacional, outra bobagem (por banalizar o Hino) que também tem implicado em gafes: nos jogos de times paulistas contra estrangeiros (na Libertadores, por exemplo, mas vai acontecer na Sul-Americana), fica o constrangimento de não se tocar o hino do país do adversário, uma descortesia inaceitável e brega.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Decassílabos

Falando em letra, até ontem nunca tinha me tocado que “Chão de Estrelas” (Orestes Barbosa/Silvio Caldas) é quase toda feita em decassílabos, e idem “Livros”, de Caetano, que a homenageia - no caso de “Livros”, os versos são 100% decassílabos, e tem uma grande passagem, que segue:

Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou ¬ o que é muito pior ¬ por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:

Senta Ali

Ontem pensei qual teria sido o pior hit da MPB de todos os tempos. Tarefa complicada. Depois preferi me deter na pior letra, e aí foi bem mais fácil. Por aclamação, venceu “Senta aqui” (1981), composta pelo trio Fábio Jr., José Luiz Perales Morillas e Roberto Halbout. Bom, talvez Fábio tenha cometido apenas a melodia da canção, mas seria injusto não lhe imputar autoria também desta obra-prima poética - que além de tudo é longa. Segue a íntegra da letra:

Senta aqui!
Não tenha tanta pressa
Senta aqui!
Porque toda essa angústia?
Não fique aí tão quieta
Quebra o teu silêncio
Se abre comigo...
Ei! Senta aqui!
Não fique assim tão tensa
Senta aqui!
Eu sei que você pensa
Que ela me incomoda
Mas pode ter certeza
Que eu te quero...
Eu sei que não é tão fácil
Me amar assim
Com toda segurança
Num recomeço
Com o tempo você vai sentir
Que as suas dúvidas
Irão sumindo aos poucos
Será melhor prá nós
Será melhor prá nós...
Senta aqui!
Não jogue tudo fora
Senta aqui!
Confia em mim agora
Não fique aí pensando
Juntos acharemos um caminho...
Agora dá um sorriso
E vem prá cá
A gente já brigou demais
Por essas coisas
Vem me dá uma força
Porque eu te amo
Eu sei que não é tão simples
Só o tempo vai dizer
Só o tempo vai dizer...
Senta aqui!
Vem me dá um sorriso
Senta aqui!

sábado, 15 de maio de 2010

Trilha Arrigo

Lindíssima a trilha que Arrigo Barnabé compôs para o documentário "Doutores da Alegria" (2005), que acabou de passar na TV Cultura. Não conhecia. Remete aos grandes filmes italianos do passado - o tema principal é uma jóia, e a música soa triste e alegre, como os clowns. O documentário é bacana também.

Paulo Leminski - 6 Haikais

primeiro frio do ano
fui feliz
se não me engano

tudo claro
ainda não era o dia
era apenas o raio

relógio parado
o ouvido ouve
o tic tac passado

debruçado num buraco
vendo o vazio
ir e vir

casa com cachorro brabo
meu anjo da guarda
abana o rabo

Hoje à noite
Até as estrelas
Cheiram a flor de laranjeira

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Cena de novela

A seguinte cena poderia encerrar uma novela das oito: praticamente todo o elenco se reúne no topo de algum prédio comercial. Os personagens vão chegando aos poucos, como numa festa comum. Sobem o elevador, se cumprimentam com sorrisos, abraços etc. Aí, como se já estivesse combinado, eles se dão as mãos, em um grande círculo, cobrindo toda a cobertura. Começam uma contagem regressiva e .... saltam juntos para o chão!! Não vemos ninguém se estatelar, e o FIM surge na tela, sem trilha....!!

Escala

Comentei sobre a boa vontade excessiva dos nossos críticos com o cinema nacional, mas claro que há grandes filmes brasileiros. Pixote, por exemplo, é brilhante, maravilhoso. Mas, até por seu tamanho, o Brasil, deveria ter um acervo bem maior de obras-primas. PS: Cidade de Deus não passa nem perto de ser uma delas (nem o livro). PS2: a benevolência da crítica certamente tem muito a ver com essa escassez, mas não a justifica.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Os bons brasileiros

De acordo com a recente e esclarecedora declaração de Dilma Rousseff sobre a migração brasileira - o estado de São Paulo seria uma tipo de país à parte -, hoje à noite o Cruzeiro é Brasil pela Libertadores! Portanto, sejamos bons patriotas e torçamos para o time mineiro contra o tricolor paulista hehe!!

Chico/Caetano

Na canção ‘Iracema’, Chico Buarque comete um dos versos mais cafonas da história da MPB. Aliás, essa letra tem várias pérolas, mas escolho “vê um filme de quando em vez/não domina o idioma inglês”. Minha nossa senhora, isso é lindo! Citando um trecho de ‘Desde que o Samba É Samba’, bela canção de Caetano Veloso, Iracema ‘demora em ser tão ruim’ hehe! Aliás, Chico Buarque tem muita, mas muita coisa cafona, inclusive em seus sucessos mais aclamados. 'Mulheres de Atenas', a das "meretrizes" e "gestantes abandonadas", também é um primor de breguice. Caetano também tem suas músicas menos inspiradas, mas desafio o mais fanático fã de Chico Buarque a enumerar na obra do compositor baiano algo sequer próximo das jequices aqui citadas. Não vai encontrar. Ou melhor, vai, em "Esse Cara"!! - que mesmo assim se salva pela linda e rica melodia.

Pintar ou fazer amor

Falando em Proust, me veio à cabeça o filme “Pintar ou Fazer Amor” (Peindre ou Faire L'amour, 2005). É um dos pouquíssimos filmes destinados e pensados por adultos para adultos, sem qualquer concessão, uma avis rara no cinema mundial. É profundo e ambicioso, mas nunca pretensioso – já que realiza plenamente suas ambições. Vez ou outra, me lembro dele.

Livros e orelhas

“O imponderável não torce nem é justo. Acontece.” É Tostão na Folha de hoje, querendo ser profundo, com seu conhecimento enciclopédico de psicologia barata. Argh.

Proust/White 2

Ainda sobre a microbiografia que Edmund White escreveu sobre Proust, acho uma bobagem quando ele o chama de “escritor-filósofo”, mas “anti-intelectual”. White chegar a dizer que essa incongruência é um paradoxo. Errado. Trata-se de uma impossibilidade – mesmo que ele tenha imaginado um paralelo com um tipo de filosofia oriental, o que é pouco provável e seria forçado de qualquer forma. Mas ainda que tivesse ficado só no “escritor-filósofo”, discordaria também. Proust pode não ter lido Freud, mas possuía uma rara compreensão das ambivalências do ser humano, mesmo em relação a outros grandes escritores - antes e depois dele - é algo que realmente salta aos olhos. Mas é um tipo de sabedoria e sensibilidade quase psicanalíticas, pouco a ver com a filosofia – ter lido Leibniz e Ruskin não faz de Proust um escritor de veio filosófico. Acima de tudo, Proust foi um grande artista.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Toys

Por conta do meu filho, nos últimos dois anos e meio já vi Toy Story I, II e Carros umas 35 vezes (cada um), ou mais, sem exagero. E não tem sido nenhum sacrifício, porque são filmes extraordinários. Verdadeiras aulas de roteiro – nada é desperdiçado, tudo tem um significado ou serve para ligar uma ação à outra, mas sem ritmo de videoclipe, apesar da ação permanente. Além disso, os diálogos, trilha sonora e canções beiram a perfeição, de tão bem concebidos. E, claro, os personagens têm vida, todos eles, sem exceção. Está para ser lançado Toy Story III, e a expectativa na família é grande. O bom é que agora vamos poder assistir no cinema. Grande Pixar.

Pai e filho

Dom Pedro I abandonou seu filho de cinco anos e meio mesmo sabendo que tão cedo não poderia revê-lo. Acabou morrendo três anos depois, de tuberculose, aos 35 para 36. É uma história triste, tristíssima.

Volta precoce

Neimar e Ganso não foram afinal convocados por Dunga. Já não sou de torcer muito para o Brasil em Copas, principalmente pela histeria imbecil que domina o país nessa época – além de não suportar os paraquedistas que não gostam de futebol, mas se sentem na obrigação de acompanhar os jogos e torcer, torcer urrando, berrando... Por isso, sem os dois craques dos Santos, desta vez minha torcida é que esta seleção seja eliminada logo na primeira fase. Seria sensacional!!

Los amigos

Crítica de cinema na imprensa brasileira é muito condescendente com os filmes nacionais. Isso inclui os bons críticos (que são bem poucos). Dos brasileiros, só têm coragem de classificar de péssimo os filmes da Xuxa, mas o fato é que não só os dela podem ser horríveis, a lixeira é muito maior. E não só os lixos – os tidos como ótimos na maioria das vezes são só regulares, os bons, ruins, os regulares, muito fracos, e os ruins, horrendos. É um desserviço aos leitores e uma referência perigosa para os jovens leitores, que um dia podem aspirar a uma carreira no cinema. Depois ainda tem gente que não entende por que os jornais vendem cada vez menos. Alguns sites como o Contracampo e Cineplayers são mais rigorosos, mas infelizmente ainda pouco lidos.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Equívoco

Para fazer propaganda do programa 'Lá e Cá', da TV Cultura, está sendo veiculada na rádio Cultura FM uma peça publicitária bizarra, que não faz jus à excelência da emissora. O texto do locutor nos lembra que o ambíguo sentimento que está por trás das tradicionais piadas de portugueses feitas por brasileiros, e vice-versa - que flertam abertamente com o preconceito - estaria com os dias contados – tipo, "comece a assistir Lá e Cá que isso vai mudar", como se fosse uma loção anticaspa. É inacreditável, porque é o que parece: a Cultura considera que todos os seus ouvintes são, a priori, preconceituosos, por isso recomenda com naturalidade um programa de tevê que, muito humildemente, vai iluminar a todos e acabar com esse sórdido sentimento. Como o programa também será (ou está sendo) exibido em Portugal, me pergunto se nossos co-irmãos receberam uma chamada semelhante. Não resisto ao clichê: esta postura é a melhor piada sobre o tema nos últimos anos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Avanti

Do alto de seus 254 anos, Wolfgang Amadeus Mozart, bom corintiano que é, lamenta a eliminação precoce do Timão na Libertadores, e, para amenizar e refletir a frustração, recomenda aos fiéis seu concerto para piano número 20, em Ré menor, K 466. Sábias palavras!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Flanar

Dependendo do bairro, o ato de caminhar em São Paulo, com suas calçadas estreitas, é cada vez mais aborrecido. Parece uma extensão de dirigir automóveis, principalmente se for na hora do rush, e ele existe também para pedestres – no meu, é na hora do almoço (12h às 14h) e final da tarde (17h às 19h). Além das bancas de jornal e ambulantes a diminuir o espaço já exíguo, tem sempre apressadinhos mal educados que forçam a “ultrapassagem”, ciclistas bem crescidinhos que invadem as calçadas - como se isso fosse natural -, tem o pessoal da 'firma' voltando ou indo para o almoço e fechando a passagem, ou os que levam o cachorro para passar com aquelas coleiras elásticas, o que resulta no mesmo. Sem contar as paradas obrigatórias nos sinais de trânsito, que nos fazem parecer carros, argh. Enfim, não se pode simplesmente andar devagar e pensar na vida, mas também não se pode estar com pressa - nem com educação. E olha que andar é uma das coisas mais livres e bacanas que se pode fazer na vida. E é de graça. Ou era.

Hipocrisia

Leio na Folha de S. Paulo de hoje uma notinha de Tostão atacando a TV Globo. O colunista ridicularizava a transmissão de Barcelona X Inter de Milão, na quarta-feira passada, jogo que definiu um dos finalistas da Champions League. Ainda hoje, criticar a Globo é praticamente um esporte no Brasil, e, se isso parecer ter diminuído, foi porque praticamente as críticas todas têm se concentrado no locutor Galvão Bueno (e em Pedro Bial). Não gosto das patriotices de Galvão, mas negar seu talento de narrador e a rapidez e inteligência para enxergar o que acontece nos jogos é injusto, mas, de fato, muito popular. Tostão jogou para arquibancada, portanto, além de se mostrar um hipócrita. É que a Globo tb entrou nas transmissões da Champions League. Enquanto a ESPN era a detentora exclusivíssima de todos os jogos – e por muitos anos foi assim - nenhuma palavra do ex-jogador contra o monopólio que excluía a tevê aberta, e por consegüinte, o povão das grandes partidas do nobre torneio. Aliás, nenhuma palavra contra a agressividade do canal americano, que parecia disposto a monopolizar até o direito de transmissão de casados e solteiros pelo mundo. Quando finalmente a tevê aberta passou a exibir ao menos um jogo por semana (atualmente são dois, nos canais Gazeta/Esporte Interativo e Bandeirantes), a qualidade sofrível dessas transmissões (que assim permanecem) nunca mereceu, que eu saiba, alguma crítica de Tostão. O problema, óbvio, é a Globo ter entrado na parada. O pior é que se tratou de uma crítica injusta, que usa o truque de achar que qualquer ataque a Galvão passa bem: Tostão acusou Galvão de desconhecer os jogadores e confundir seus nomes, enfim, de ser um paraquedista qualquer, que não estaria a altura da transmissão do torneio, quanta heresia... Acontece - e eu acompanhei - que a escalação do Barça foi divulgada com dois erros em TODAS as tevês (inclusive na ESPN), por isso a equipe da Globo teve que tentar acertar um ou dois nomes ao vivo, e pelo visual dos jogadores, o que foi feito, rapidamente, e sem maiores problemas. Galvão torceu descaradamente para a Inter, em função dos jogadores brasileiros que fazem parte da seleção de Dunga? Sim, e isso poderia merecer críticas, mas distorcer as coisas para agradar amigos e posar de crítico rigoroso é desonesto. E, pelas circunstâncias, hipócrita, sim.

Cor X Fla e Freud

Hoje à noite, seja qual for o resultado do superclássico Corinthians X Flamengo, no Pacaembu, haverá muita comemoração de anticorintianos ou anti-rubro-negros, no Rio e São Paulo, com direito a fogos, gritos e etc. Freud explicaria com facilidade. É que os dois clubes possuem, disparado, as duas maiores torcidas do Brasil, e isso sempre causou um certo mal-estar nos rivais menos “dotados” de cada um nas duas cidades. É isso. Não é que seja inveja do pênis, é a inveja do pênis maior. Hehe! PS: que avance na Libertadores o melhor, e se possível, que hoje o melhor seja o Corinthians!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Proust tradutor

A minibiografia de Edmund White sobre Proust, quando não foca apenas o lado gay do grande escritor (e tenta mostrar que praticamente todas as grandes personagens femininas de 'Em Busca do do Tempo Perdido' eram na verdade rapazes, meio boring isso) é bem legal, e tem uma passagem deliciosa, que é entregar que Proust traduziu para o francês dois (!) livros de John Ruskin exclusivamente por meio de colas que sua mãe e uma amiga inglesa de um primo lhe passavam, “palavra por palavra”. Ou seja, como ele não dominava nenhuma língua estrangeira – apesar de não ser monoglota – nem tentou se dar ao trabalho de ler sequer uma palavra do original, mas, segundo White, foi capaz de transformar as colas num francês fluente e belo. Sobre isso, li no bom blog Anos Loucos, que Proust, confrontado por um editor, se saiu com a seguinte resposta: "Não tenho a pretensão de saber inglês; eu reivindico saber Ruskin". Genial!