segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A Voz da Amada (1995)

Esta canção tão triste, que remete ao fado, foi composta por Caetano para a trilha de O Quatrilho. Aqui, ele canta mais alto (agudo) do que nunca, recorrendo ao sempre perigoso falsete. Mas o resultado é muito satisfatório, inspirado, e dificilmente não seria, dado a riqueza melódica (também sem refrão) e letra de uma beleza arrebatadora, profunda. Ele gravou duas versões no CD. Só encontrei aquela com orquestra, em andamento um pouco mais lento - a que me agrada mais é só voz e violão -, mas não deixa de ser um belo registro. Releve-se a cafonice do "vídeo" pescado no Youtube.

http://www.youtube.com/watch?v=dP1tBp43CHg

De Manhã (1965)

Belíssima canção* de Caetano, pré-Tropicalismo. Foi gravada por uma super jovem Bethânia de 19 anos - era o lado B do seu primeiro compacto (simples), que tinha o sucesso "Carcará". É uma melodia bem construída e sem refrão. A letra vai se desenvolvendo com rimas pouco habituais para a época.

A introdução que existe na versão da cantora, com um tom meio declamatório, teatral, remetendo claramente a "Carcará", compromete o registro, uma pena, porque o arranjo bossa-lenta, com orquestra, é muito bom, assim como a própria interpretação de Bethânia - Caetano vai corrigir isso na versão que apresento abaixo, num Programa do Jô recente, só com voz e violão (bossa nova). Aos 23, o compositor já tinha sua carpintaria praticamente pronta para os voos mais altos que viriam.

Com Caetano: http://www.youtube.com/watch?v=El7RieXU1_s&feature=related

Com Bethânia, na versão original: http://www.youtube.com/watch?v=OR9laAmDR_M&feature=related

* O título aparece quase sempre grafado erroneamente como 'É de Manhã' (eu também achava), mas não existe esse "É".