segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Tina e Ike Tuner

Come Together (1971)
http://www.youtube.com/watch?v=M-ZBYZZWJbk

Proud Mary (1968)
http://www.youtube.com/watch?v=hzQnPz6TpGc&ob=av2n (1968)

Tempo

Quando se é jovem o suficiente e chega o dia do aniversário, a vontade é que todo mundo saiba do acontecimento. "Espalhem a notícia, hoje é meu aniversário!". Depois de um tempo, nem tanto, bem menos... hehe! PS: antes que os celulares fotografassem, as fotos se limitavam a essas datas especiais, viagens ou algum passeio. Hoje o cotidiano é esmiuçado em fotos como um diário (que não passa de uma bela e inútil tentativa de se capturar o tempo), sem efeito.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Prerrequisito

A absurda reforma ortográfica aprovada tão docilmente no Brasil é um verdadeiro atentado à 'inculta e bela'. O exemplo acima é diz tudo, não precisaria de nenhum outro argumento. PS: o palavrão dá título a um artigo publicado na Folha e S. Paulo de hoje, e significa Pré-requisito. Aliás, os principais meios de comunicação, ao menos como protesto, poderiam ter demorado mais tempo para adotar as mudanças, que só serão obrigatórias a partir de dezembro de 2012.

Primórdios

Em 1913 não se cogitava que haveria uma grande guerra na Europa em tão pouco tempo. E tudo isso não completou cem anos. Ainda somos muito primitivos, antigos.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

As tais "arenas"

Acho essa recente obsessão brasileira por novas"arenas" uma grande bobagem, meio provinciana até. Como se contruir estádios próprios fosse um passaporte para a grandeza e prosperidade eternas de um clube de futebol. Por acaso o Milan e a Inter de Milão, dois dos cinco maiores clubes do mundo, ao lado do Real Madri, Manchester United e Barcelona (Bayern de Munique e Chelsea ainda precisam comer feijão), não dividem o uso de um mesmo (e velho) estádio municipal, em Milão, que só muda de nome conforme o mandante? Qual o problema? Parece que a regra agora é lavar dinheiro, quanto mais bilhões de euros, melhor, e times como o Chelsea se prestam muito bem ao papel. Por mim, Corinthians e Palmeiras fariam uma parceria nos mesmos moldes dos italianos, reformando o Pacaembu - aliás, voltar a jogar no Pacaembu está fazendo muito bem ao Palmeiras, principalmente aos jogadores, sem a turma do amendoim enchendo o saco (acho que nem Pelé escaparia das vaias e perseguições, tivesse sido revelado no Palmeiras de hoje). Mas se um clube tem condições de levantar recursos privados para a construção  (e manutenção) de sua própria "arena", tudo bem, que se faça, como parece ser o caso do Palmeiras. Mas é bom lembrar, a bem da verdade, que o estádio do Morumbi se ergueu com a ajuda camarada de recursos públicos, boa parte já na ditadura militar - muita gente prefere não tocar no assunto.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

José Silvério

Ontem acompanhei Corinthians X São Paulo pelo rádio, na narração de José Silvério (Rádio Bandeirantes). Foi como se recusasse pelo menos uns 18, 20 anos no tempo, época em que a TV não era onipresente no futebol - pelo contrário, muitas vezes só  uma final merecia transmissão, e olhe lá. Silvério continua preciso, perfeito e sua voz, intacta. Por sinal, Corinthians 3 a 0, fora o baile!

Bienal e as crianças

Bienal do Livro abarrotada de crianças e pré-adolescentes que, em sua imensa maioria, não estão nem aí para o evento. Mas a demogogia de que levá-los à Bienal vai produzir do nada futuros leitores em larga escala se impõe, por isso a tentiva de percorrer as estandes sem atropelos fica restrito a isso - uma mera tentativa, perda de tempo.

sábado, 21 de agosto de 2010

Alban Berg

Concerto para violino - "À Memória de um Anjo".
1º Movimento: http://www.youtube.com/watch?v=UrfoyyreUbE

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Libertadores, Brasileirão e Champions League - algumas considerações

De 1992 para cá, foram 19 edições de Libertadores da América. Destas, times brasileiros conseguiram chegar à final em 16 ocasiões (84.2%), tendo sido campeões em nove oportunidades (56.2%). É um amplo domínio, que pode e deve aumentar – vencendo mais finais. Por tudo isso, digo o seguinte - e não é inveja de corintiano que nunca comemorou um título do torneio: acho mais difícil, bonito e bacana conquistar o revigorado Campeonato Brasileiro, o melhor (não o mais forte) torneio nacional do planeta, em que praticamente a metade dos participantes tem chances reais de título, em que há de fato 12 clubes grandes em ação, e não dois ou três, no máximo quatro, como na Europa (acho que por isso eles gostam tanto da Champions, porque aí tem muito mais graça, pelo grau maior de indefinição). E digo 'melhor' mesmo e não 'mais equilibrado', porque penso na quantidade de grandes e tradicionais clubes que o disputam, de várias cidades, suas torcidas enormes e os jogadores revelados - não há paralelo no mundo, só em termos proporcionais, na Holanda. Penso inclusive que, dado as dimensões continentais do país, o Brasileirão poderia ser maior: ao invés de 20 clubes, poderiam ser 22 ou 24 – basta diminuir um pouco os estaduais, que não devem ser extintos mas não precisam ser tão longos.

Sugestão de mudanças para a Libertadores: 1ª e 2ª divisões?

Atualmente 32 times disputam a Libertadores da América. Seria melhor que fosse dividia em duas: séries A e B, com acesso e descenso, 16 clubes em cada uma. Com cabeças de chave previamente definidos, sistema de quatro grupos de quatro classificando dois times, e a partir da aí, mata-mata até a finalíssima, em um único jogo, nos moldes da Champions League. As quatro piores campanhas da Série A caem para a B, que por sua vez promove os quatro melhores times (os semifinalistas). TV transmitindo tudo, não creio que haveria muita reação por parte da Confederação Sul-Americana.

Sugestão de mudanças para a Champions: pontos corridos?

Hoje a Champions League também começa para valer com 32 clubes. Poderia selecionar 16 para disputarem um campeonato de pontos corridos, substituindo os nacionais europeus. Haveria uma fortíssima segunda divisão com, digamos, 24 clubes, dos quais 4 ascendem. E uma interessante terceira, com mais 24, também premiando os quatro melhores. TV cobrindo tudo, seria muito legal, mas as Ligas não permitiriam. Talvez só daqui a uns 10, 15 anos, com sorte.

Neymar

Faz tempo que não falo de futebol, vamos lá. Os babacas da objetividade podem ficar tranqüilos: o Neymar vai acabar jogando na Europa, mas o fato de, aos 18 anos, ter preferido permanecer no Santos - de contrato novo e mais valorizado – é auspicioso. Agora é segurar o Ganso!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A Rosa (1980)

É uma grandes canções de Chico Buarque, apesar de pouco badalada. A longa letra é engenhosa (rimando sempre a última palavra do verso com a primeira do seguinte) e hilária, com ótimas tiradas. A melodia, assimétrica, é só aparentemente simples - se repete como um caracol. A métrica tende para o decassílabo, mas de tônica quebrada. Muito bom.

Ouça em curioso registro de Chico com o cantor e compositor italiano Sérgio Endrigo (cantando em português [desconheço a data da gravação]).

http://www.youtube.com/watch?v=NlN1GvhFJeE

A Rosa
(Chico Buarque)

Arrasa o meu projeto de vida
Querida, estrela do meu caminho
Espinho cravado em minha garganta
Garganta
A santa às vezes troca meu nome
E some

E some nas altas da madrugada
Coitada, trabalha de plantonista
Artista, é doida pela Portela
Ói ela
Ói ela, vestida de verde e rosa

A Rosa garante que é sempre minha
Quietinha, saiu pra comprar cigarro
Que sarro, trouxe umas coisas do Norte
Que sorte
Que sorte, voltou toda sorridente

Demente, inventa cada carícia
Egípcia, me encontra e me vira a cara
Odara, gravou meu nome na blusa
Abusa, me acusa
Revista os bolsos da calça

A falsa limpou a minha carteira
Maneira, pagou a nossa despesa
Beleza, na hora do bom me deixa, se queixa
A gueixa
Que coisa mais amorosa
A Rosa

Ah, Rosa, e o meu projeto de vida?
Bandida, cadê minha estrela guia
Vadia, me esquece na noite escura
Mas jura
Me jura que um dia volta pra casa

Arrasa o meu projeto de vida
Querida, estrela do meu caminho
Espinho cravado em minha garganta
Garganta
A santa às vezes me chama Alberto
Alberto

Decerto sonhou com alguma novela
Penélope, espera por mim bordando
Suando, ficou de cama com febre
Que febre
A lebre, como é que ela é tão fogosa
A Rosa

A Rosa jurou seu amor eterno
Meu terno ficou na tinturaria
Um dia me trouxe uma roupa justa
Me gusta, me gusta
Cismou de dançar um tango

Meu rango sumiu lá da geladeira
Caseira, seu molho é uma maravilha
Que filha, visita a família em Sampa
Às pampa, às pampa
Voltou toda descascada

A fada, acaba com a minha lira
A gira, esgota a minha laringe
Esfinge, devora a minha pessoa
À toa, a boa
Que coisa mais saborosa
A Rosa

Ah, Rosa, e o meu projeto de vida?
Bandida, cadê minha estrela guia?
Vadia, me esquece na noite escura
Mas jura
Me jura que um dia volta pra casa

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mozart Camargo Guarnieri

A sinfonia nº 3, regida por John Neschling/Osesp, é impressionante. Guarnieri é provavelmente o maior sinfonista brasileiro de todos os tempos - mais do que isso, foi um grande compositor de seu tempo, mesmo com um prenome desta magnitude! Pena eu não ter conseguido nenhum link completo da obra.

Campanha

Lamentável o uso político do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). De novo, em artigo publicado na seção Tendências e Debates, da Folha, o manda-chuva do instituto, Marcio Pochmann, ataca o que seria uma gritante desigualdade no Estado de São Paulo, sem contextualizá-la, mostrando uma visão simplificadora e demagógica da realidade, e utilizando um tom ao mesmo tempo inquisitorial e debochado - algo que não condiz com o cargo que ocupa. Na verdade, trata-se de uma réplica ao artigo em que Manuelito P. Magalhães Júnior (que Pochmann chama de M. Magalhães Jr.), presidente da Emplasa - Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S/A - respondia a um artigo de Pochmann, que já usava o mesmo tom para criticar o governo paulista. O fato de ser ano eleitoral torna a situação ainda mais constrangedora. Na prática, Manuelito derrubou todos os argumentos do atual presidente do Ipea, que usou o nobre espaço da Folha apenas para fazer política partidária, em nome de uma instituição que nem o regime militar ousou interferir politicamente, mas o PT, sim - aguardemos pela publicação da tréplica do presidente da Emplasa. Seguem os links disponíveis (em ordem cronológica) no ótimo Conteúdo Livre - http://sergyovitro.blogspot.com/ -, site que reúne artigos de toda a imprensa brasileira, mesmo para não assinantes.

http://sergyovitro.blogspot.com/2010/06/tendenciasdebates-para-onde-vai-sao.html (15/06/2010)

http://sergyovitro.blogspot.com/2010/07/sao-paulo-nao-se-acomoda.html (26/7)

http://sergyovitro.blogspot.com/2010/08/marcio-pochmann-sao-paulo-desigual.html (18/08)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Apolíticos

Espero estar enganado, mas parece que o Brasil está entrando numa fase em que a escolha da chefia máxima do governo se tornou uma mera formalidade - o detentor do cargo define o seu "substituto", a portas fechadas, e a maioria da população, mesmo sem conhecer minimamente o personagem, referenda a indicação, nas urnas. Teríamos voltado aos piores momentos da República velha, em pleno século 21? Ou será a ressurreição do velho PRI mexicano?

Questão de escala

Gilberto Freyre se dizia um autêntico gênio brasileiro. Tendo a concordar, com a ressalva de que, se for mesmo assim, a quantidade de gênios já nascidos na Alemanha, por exemplo, deve alcançar quatro dígitos, pelo menos. Uma enormidade!

Insight

Você percebe que está ficando velho quando se dá conta de que seus pais eram mais novos (às vezes bem mais novos) do que você é hoje, em vários acontecimentos marcantes de sua infância e adolescência .

Beethoven - imitação de gênio

O primeiro movimento do concerto para piano nº 3, em Dó menor, de Beethoven, poderia ser, tranqüilamente, uma magnífica abertura do nº 28, de Mozart - que obviamente nunca foi composto, já que ele "só" chegou ao 27. É uma espécie de imitação, sim, porque, diferente da primeira sinfonia de Brahms* - que merece ser considerada a "décima" de Beethoven -, esteticamente não se dá um passo adiante. Mas só o fato de que a obra poderia, hipoteticamente, estar entre os melhores trabalhos da última e tão especial fase de Mozart, já é um grande feito, coisa de gênio. Como sabemos que não é o caso, falta a originalidade que Beethoven, ao menos em relação aos concertos para piano, só encontraria (não muito tempo) depois.


* Também a favor de Brahms, conta o fato de ter chegado tão longe logo em sua primeira sinfonia, enquanto Beethoven, já no terceiro concerto para piano, ainda não tinha alçado vôo próprio. Porém, há uma possível explicação: Brahms se lançou na empreitada de compor sua primeira sinfonia apenas na maturidade dos 40 e poucos anos, enquanto Beethoven, mesmo no concerto nº 3, ainda não tinha chegado aos 30 (a obra foi composta em 1800).

PS: há quem diga que a "verdadeira" 10ª de Beethoven é a segunda de Mahler... Ainda quero voltar ao assunto, que é fascinante.

Ouça com Nelson Freire ao piano e regência de Roberto Tibiriçá:

http://www.youtube.com/watch?v=b4cROUKAQSc (1º Mov. - primeira parte)
http://www.youtube.com/watch?v=j0IA6UUxk0Q (2 Mov. - segunda parte parte)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

R.E.M - Imitation Of Life

Semprei achei brega qualquer tentativa de vídeoclipe, mas sempre há exceções, como é o caso aqui. http://www.youtube.com/watch?v=_pd0Qq_kRU4
De qualquer forma, a canção é linda e nem precisaria dele.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Antiqua

O programa “Volta ao Mundo em 80 Tesouros” (2005), da BBC, é muito bom - por sorte, consegui ver alguns episódios na TV Cultura (parece que o canal Futura também o exibiu). O apresentador, Dan Cruickshank, figuraça, é historiador e arquiteto, e está muito à vontade na função de repórter – com charme e erudição, mostra um grande painel das obras-primas da Antiguidade. As seqüências no Egito (não sabia que os sarcófagos podiam ser tão coloridos), Ásia Menor (Rota da Seda, Bukhara, ruínas de Persépolis) e Norte da África (ruínas de Leptis Magna, na Líbia) são espetaculares.

Divagação

Mesmo com a chatice dos aeroportos (mas tem quem goste deles), o ato de viajar, se possível para bem longe (como preferia Baudelaire) continua a ser uma experiência nada banal. E acho que será assim até que possamos todos nos locomover, por conta própria, a velocidades bem maiores, talvez próximas à da luz – trabalhar em Xangai e dormir em casa, no Brasil etc. Se isso acontecer em até não muito tempo (250, 300 anos), as línguas tenderão a se fundir numa salada em que estruturas do inglês e mandarim - já bem modificados pela ação do tempo - devem se sobressair, por serem as mais faladas. As culturas também sofrerão uma fusão radical, só que bem mais difícil de imaginar - ainda estamos nos primórdios da humanidade.

Friar Park

O documentário Anthology (1995, cinco DVDs), sobre os Beatles, é muito bom, mas destaco aqui duas cenas memoráveis. Na primeira, um bem humorado Paul Mccartney - fazendo graça respeitosa com o grande Sinatra - dá entrevista enquanto pilota um iate, parecendo muito feliz com a sensação de privacidade que o isolamento no mar propicia. Talvez só mesmo assim para um beatle se sentir à vontade ao ar livre. A outra cena reúne os três beatles remanescentes num cantinho do lindo jardim da mansão/castelo Friar Park, que George comprou em 1970, nos arredores de Londres (e apelidou de "Crackerbox Palace").  Eles decidem tocar o clássico (do ragtime?) "Aint She Sweet", com George num tipo de banjo, Paul acho que só no vocal, e Ringo marcando o ritmo com as mãos. Antes e depois da canção, conversam sobre os velhos tempos, falam de John, do afastamento mútuo etc. – Ringo está visivelmente emocionado, e mesmo Paul e George, que faziam um pouco a linha cínica adotada por John para lidar com a fama, vão se rendendo aos poucos à beleza do momento. Tudo acontece com muita naturalidade - é autêntico mesmo. Só isso valeria toda a coleção.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Praticidade

Uma ala importante do PSDB – mais da turma da velha (e boa) guarda, como Franco Montoro e FHC - sempre defendeu o parlamentarismo como o melhor sistema político para o Brasil. Já na época, pensando no curto prazo e na reduzida qualidade de nossos parlamentares, a idéia não me empolgava. Hoje, mais ainda – se Lula fosse nosso Primeiro Ministro, permaneceria lá até quando bem entendesse, talvez até morrer, com uns 95 anos. Viva o presidencialismo!, então, com sua alternância obrigatória do poder.

Cruéis

Inevitável ver algumas capas de revista que ficam expostas nas bancas. Geralmente as de fofocas, porque devem vender mais. Numa delas, foto estampando um belo sorriso da linda atriz Cissa Guimarães, que perdeu tragicamente o filho mais novo, no Rio. Claro que ela não tem culpa nenhuma da situação absurda. Pelo contrário, é vítima, já que, mais de duas semanas depois da fatalidade, os paparazzi não a deixam viver seu luto, estendendo ad aeternum o velório do rapaz – o necessário ritual em que, para atenuar a perda, amigos e parentes confortam os entes queridos de quem partiu, como para dar mais tempo de assimilar o choque, e depois enfrentar o vazio que está para chegar e é a etapa mais difícil. Mas a “mídia”, pelos piores motivos, faz disso um simulacro interminável, e em praça pública, prestando um grande desserviço à Cissa – ao receber tantas “homenagens”, talvez, fique a sensação de que o filho não tenha morrido, pelo contrário, estaria sendo saudado por algum grande feito, e ela também, por ser sua mãe. Os verdadeiros amigos dela deviam tentar impedir esse absurdo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O profeta

Leio declaração de Stephen Hawking prevendo que em meros 100 anos a humanidade vai precisar abandonar a Terra e colonizar outros planetas, tudo em função da provável (para ele) escassez dos recursos naturais, superpopulação, ou de uma possível invasão alienígena, o que tornará nossa permanência inviável. O grande físico inglês não pode estar falando sério – 100 anos seria um tempo ridiculamente curto para que a humanidade consiga dominar a tecnologia necessária para a empreitada. Não duvido que o que ele vaticinou aconteça (toc, toc, toc na madeira!), mas só se for nos próximos 200, 250, 300 anos, com sorte. Antes disso, babau!

PS cidades:

Sobre o post abaixo, é interessante constatar que a área ocupada em cada megacidade não é necessariamente correspondente ao ranking de sua população - provavelmente em função da ocupação ser mais ou menos verticalizada, por isso não surpreende que Londres - que não possui tantos edifícios - seja uma das maiores (ou a maior, não me lembro mais). Melhor acessar o link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_das_cidades_mais_populosas_do_mundo

Ranking dos 30 municípios mais populosos do mundo

Estamos acostumados a considerar Tóquio e a Cidade do México como as duas maiores cidades do mundo, cada uma com mais de 20 milhões de habitantes. Mas esses números tratam da mancha metropolitana e não se referem a uma área municipal específica. O verdadeiro ranking, por este critério, segue abaixo (Wikipédia), e pode surpreender. Notem que México e Tóquio passam a ocupar, respectivamente, a 10ª e 11ª colocações - tanto melhor para eles. Xangai é a maior, Karachi, no Paquistão, é a terceira, e a China emplaca seis cidades entre as 30 maiores (pior para eles). São Paulo está em 6º, e o Rio em 28º lugar. Me surpreendeu que Istambul tenha mais de 11 milhões de pessoas (está em 5º, uma posição acima de São Paulo), São Paulo ter ultrapassado os 11 milhões, Bogotá e Lima com mais de 7 milhões e Buenos Aires, na 59ª posição, com pouco mais de 3 milhões de habitantes (não está nesta lista).

1 - Xangai (China)
13. 831 900 milhões

2 - Mumbai (Índia)
13. 830 884

3 - Karachi (Paquistão)
12. 991 000

4 - Nova Deli (Índia)
12. 259 230

5 - Istambul (Turquia)
11. 372 613

6 - São Paulo (Brasil)
11. 037 593

7 - Moscou (Rússia)
10. 508 971

8 - Seul (Coréia do Sul)
10. 456 034

9 - Pequim (China)
10. 123 000

10 - Cidade do México
8. 841 916

11 - Tóquio (Japão)
8. 795 000

12 - Jacarta (Indonésia)
8. 489 910

13 - Nova Iorque (EUA)
8. 363 710

14 - Wuhan (China)
8. 001 841

15 - Lagos (Nigéria)
7. 937 932

16 - Teerã (Irã)
7. 873 000

17 - Kinshasa (Congo)
7. 843 000

18 - Lima (Peru)
7. 605 742

19 - Londres (Reino Unido)
7 556 900

20 - Bogotá (Colombia)
7. 259 597

21 - Ho Chi Minh (Vietnã)
7. 123 340

22 - Bangkok (Tailândia)
7. 025 000

23 - Hong Kong (China)
7. 008 900

24 - Daca (Bangladesh)
7. 000 940

25 - Cairo (Egito)
6. 758 581

26 - Cantão (China)
6. 367 700

27 - Lahore (Paquistão)
6 318 745

28 - Rio de Janeiro (Brasil)
6. 186 710

29 - Tianjin (China)
5. 800 000

30 - Bagdá (Iraque)
5. 337 684

Café e diagnóstico

Você sabe que está estressado (ou deprimido, a depender do médico) quando não consegue se decidir por adoçar ou não o café, e enquanto isso a bebida esfria – mesmo sabendo que cafés ruins não merecem ser tomados, e os bons não devem ser adoçados.

O de sempre

Típico do Brasil que o candidato do PSOL à Presidência, Plinio de Arruda Sampaio, consiga um brilhareco na "mídia" pregando o fim do capitalismo e conclamando os “camponeses” para a “revolução”. A primeira década do século 21 já está acabando, alguém tem que lembrar. Argh.

Ritmos

Ao ouvir hoje Tricky, me ocorreu que trip hop é um foxtrot que retarda, ou retardado, como queiram.

Google 2

Aliás, às vezes é bastante preceptível como a matemática (assim como a física) é uma criação humana para descrever fenômenos que são apreendidos sempre do ponto de vista humano. Quer dizer, os fenômenos não precisam obedecer à nossa escala, mas a percepção deles, sim. Exemplo: se Haroldo tem 21 anos e José 10 anos, e como obviamente essa diferença se mantém fixa ao longo da existência dessas duas pessoas, com o passar do tempo ela parecerá menor – quando H chegar aos 59, J terá 48. Essa é uma percepção humana – relacionada ao fato concreto de que dois seres humanos com essas idades teriam normalmente menos diferenças do que naquele passado descrito -, mas que é também matemática, já que, com o passar do tempo, a diferença de idade entre H e J será proporcionalmente cada vez menor em relação à idade de cada um.

PS: O mesmo em relação ao conceito de relatividade proposto por Galileu, e depois desenvolvido e levado às últimas conseqüências por Eisntein. O primeiro escolheu o exemplo de uma pessoa lançando uma pedra para cima, verticalmente, dentro de um barco. Para essa pessoa, o movimento da pedra foi de fato retilíneo, mas como o barco está se movendo, uma pessoa que assista ao evento em terra achará que a pedra descreveu um movimento de parábola, curvo, enfim. Einsten prefere a imagem da pessoa dentro de um trem (no meio de sua extensão) em movimento, e dois raios caindo simultaneamente, na frente e atrás dele. Como o trem está se movendo, isso fará com que esta pessoa ache que um dos raios caiu antes do outro - aquele que caiu na direção para a qual o trem está se deslocando. Mas uma outra pessoa que estiver no mesmo ponto, mas parada em relação ao trem (sentada no chão, por exemplo) achará que os raios caíram ao mesmo tempo. Evidente que não existe certo e errado, ambos estão certos porque enxergam o fenômeno de sistemas de referências distintos. Einstein comprovou tudo isso matematicamente usando equações simples, baseadas na geometria euclidiana.

To google

Impressionante como, 12 longos anos depois do advento Google, seus concorrentes ainda não conseguiram sequer chegar perto da qualidade das buscas da empresa de Sergey Brin e Larry Page. Testei há pouco o elogiado Bing, da Microsoft e foi um desastre – me lembrou das frustrantes tentativas de busca da era pré-google (Altavista, Yahoo! etc). Deve ser um caso muito raro na história do capitalismo – o pulo do gato de uma empresa revolucionária permanecer como um segredo bem guardado por tanto tempo. Aliás, provavelmente nunca um invento foi tão determinante para a popularização (e devida importância) da matemática como o sistema de buscas do Google, porque ele é aparentemente bem sucedido em transformar o caos da produção diária da humanidade em algo palpável, mensurando a relevância de cada coisa em relação ao todo por meio de impacto matemático dos acessos.

Cinebios

Em breve vai estrear o filme sobre a juventude de John Lennon antes da fama, “O Garoto de Liverpool” (o título original, “Nowhere Man Boy, é bem melhor). Não vou perder, mas também gostaria de ver na tela grande um filme sobre Einstein, quase nos mesmos moldes – mostrando sua adolescência e alta juventude, mas incluindo o “ano miraculoso” de 1905, quando, aos 26, começou a revolucionar a ciência.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Programão de Dia dos Pais

No sábado à noite, com seu filho de quatro anos no colo, assistir a quase 3 horas seguidas de Garfield na TV, gargalhando com ele das piadas do genial gato devorador de lasanhas!

O triunfo dos macaquitos

Como ficou anacrônica a rivalidade Brasil/Argentina. Só sobrou o futebol, parecido com o que acontece entre Estados Unidos e Canadá nos esportes de inverno (hóquei, patinação etc). Mas se o Canadá não precisa se preocupar com comparações, o mesmo não se pode dizer da Argentina, que apesar de linda e interessante, parece estagnada, e não só economicamente. De qualquer forma, mesmo que não fosse o caso, o fato é que o Brasil finalmente foi ganhando a escala econômica proporcional ao seu tamanho e população, e se descolou de qualquer país vizinho. Óbvio que os gargalos são imensos, principalmente na educação, e ainda falta muitíssimo para chegar a um IDH menos indecente, quanto mais o desenvolvimento pleno, mas com quase 200 milhões de habitantes, os desafios brasileiros são de outra magnitude quando comparados a qualquer outro país da América Latina, incluindo o México - o que não significa que tirar uma Guatemala da pobreza seja uma missão menos complexa, é só uma questão de escala mesmo.

Cachoeira de ruindade

Em um post de alguns meses atrás, defendi que "Senta Aqui", com Fábio Jr., era a pior letra de sucesso jamais composta no Brasil. Não mudei de idéia, mas registro que há outro hit de letra tão horrível quanto, e mais ou menos da mesma época. Na voz de Ronnie Von, "Cachoeira" (1983), de Thomas Roth  e Luis Guedes.

Cachoeira


Tantos mistérios pra desvendar
Nas manhãs que abrem teu coração
Nesse teu corpo de mel e luar
Cada dia semear a mais linda canção
Pra colher as estrelas do céu
Nesses teus olhos de mar e luar

(refrão e bis)
Teu amor é cachoeira
Que levou meu coração
Nas águas de um rio de sonhos
Que desperta em tuas mãos

Não é o chanceler

Desde criança tenho o costume de ler as placas dos carros, para saber de onde eles são. Em São Paulo, já encontrei carros de Manaus, Boa Vista etc., mas a maior surpresa aconteceu há pouco: a placa do carro da frente (um Gol azul escuro), era de um lugar de nome difícil de ler, grafado em alemão legítimo - SCHROEDER. Claro que só podia ser de Santa Catarina!

sábado, 7 de agosto de 2010

Comics e a democracia

Toda vez que topo com algo como Sin City, fico me perguntando se esse gênero de comics não seria um tipo de "nostalgia" de um totalitarismo político (ou uma 'era das trevas' medieval) que os americanos obviamente nunca estiveram nem perto de vivenciar. Já detectei essa tendência em outras histórias, sempre nos comics, sempre made USA. Acho que por isso não tenho muito paciência com quadrinhos ditos “sérios” – para mim invariavelmente superestimados.

Dúvida (2)

A geração de artistas que está próxima ou já passou um pouco dos 70 anos, no Brasil e no mundo, célebres desde muito jovens, nunca foi muito reverente com os mais velhos - era um ou outro ídolo vivo, e olhe lá. Hoje acontece o contrário: é um tremendo oba-oba por parte de um amplo leque geracional, dos 50 para baixo, que idolatra, sem dó, uma grande quantidade de ”velhinhos” de praticamente de todas as expressões artísticas, que estão ou não na ativa. Talvez porque mais artistas estão conseguindo chegar à terceira idade. Ou porque a obra desses velinhos é incomparavelmente melhor.

Horóscopo

Acabo de descobrir que Robert Crumb, que está em Paraty - esculhambando fãs e imprensa (sensacional) -, nasceu no mesmo dia que eu (30 de agosto). É disparado o famoso mais interessante nesse particular, mesmo eu não gostando muito de quadrinhos. Preferiria John Lennon ou Mozart. Mas Mozart nasceu para ser aquariano, não tinha como ser diferente.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Berlin Alexanderplatz, a novela

Se a Globo exibisse as quase 16 horas de Berlin Alexanderplatz como se fosse uma mini-novela das dez - em versão dublada, de segunda a sexta -, estaria fazendo mais pela dramaturgia brasileira (incluindo cinema TV e teatro) do que um milhão de filmes, cursos, peças, programas e debates feitos com dinheiro público. Detalhe: a emissora conseguiria uma audiência estupenda, porque o povo gosta mesmo do que é bom. Mas claro que isso nunca vai acontecer, e a culpa não é da Globo, porque não é problema dela.

Oscar

Para me certificar do ano em que o filme do post abaixo foi rodado (estava em dúvida se em 1990 ou 1991), consultei a Wikipédia, que também informa tudo sobre a premiação do Oscar, em todas categorias - quem concorreu, quem venceu etc. Acabei dando uma passada em todas as edições seguintes, até hoje. Interessante constatar que a Academia, apesar de célebres injustiças, tende a premiar realmente os melhores da indústria "local". Incrível!

Anthony Hopkins e cia

Um dos filmes mais reprisados nos canais de assinatura brasileiros por sorte também é um dos melhores: O Silêncio dos Inocentes (1991), obra-prima do suspense, ação e terror, numa época ainda pré-celular (o que evita que um terço do filme seja de gente falando ao telefone, como em 24 Horas). Se Anthony Hopkins tivesse se limitado apenas a esse papel, já teria justificado inteiramente sua carreira no cinema. Gênio - seu Oscar de melhor ator deve ter sido uma das escolhas mais fáceis da Academia. Jodie Foster também está estupenda e fez por merecer o seu.
PS: além da direção e roteiro soberbos, a trilha sonora, old school - criando climas, sem medo de ser feliz (e sem pianinhos) -, é ótima.
PS2: a sequência no quarto escuro, em que apenas o psicopata pode enxergar (porque usa um tipo de óculos com infravermelho), e Jodie se vê sem saída, é uma das maiores da história do cinema, garantindo, fosse só por ela, a eternidade ao diretor Jonathan Demme.

Barbárie

Reprise de ‘Os Gritos do Silêncio' (1984) na TNT, vencedor de três Oscar. O filme é acadêmico no limite do insuportável (direção de Rolland Joffé), mas é bom, na medida em que consegue passar um pouco do horror a que o Khmer Vermelho de Pol Pot submeteu os cambojanos. Em um único ano (1975), Pol Pot promoveu um genocídio de pelo menos 1,4 milhão de pessoas (estimativa da Anistia Internacional), numa população de menos de 7 milhões, além de obrigar evacuações em massa da população da capital e outros centros urbanos em direção ao campo, em condições brutais (cerca de 2,5 milhões de pessoas). Hitler, Stálin e Mao Tsé-Tung o congratulariam pelo feito - aliás, Mao teve tempo de fazê-lo, já que morreu em 1976. Voltando ao filme, apesar de limitado, tem seqüências fortes e bem realizadas, como a do caos provocado pela tomada do poder do Khmer, as centenas de caveiras e esqueletos abandonados no campo e o bom desempenho do ator chinês Haing S. Ngor*, que levou merecidamente a estatueta melhor de ator coadjuvante. Isso compensa, por exemplo - entre outras cenas bocós -, o meloso e cafona final, ao som de 'Imagine'... De qualquer forma, é sempre importante um posicionamento contra o totalitarismo e seu poder devastador.

* O ator morreu em 1996, aos 55 anos, assassinado na frente da garagem de sua casa, no bairro de Chinatown, em Los Angeles. Que coisa.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Mozart - o melhor concerto para piano?

Nº 20 em Ré Menor, K 466, Concentus Hungaricus. Solista Jenö Jandó. 

1º Mov: http://www.youtube.com/watch?v=-HqKKlS73IM 

2º Mov: http://www.youtube.com/watch?v=yBfEdijCqms&feature=related

3º Mov: http://www.youtube.com/watch?v=n1s5iKQuIwU&feature=related

Tempestade

É quase redundante mas não resisto: Beethoven, allegretto em dó menor da sonata nº 17, op 31, com o grande Maurizio Pollini.
http://www.youtube.com/watch?v=iPJyZPGNhRQ

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dúvida

O Censo 2010 começa nesta semana e vai até o final de outubro, coincidindo com o auge do período eleitoral - quase 200 mil recenseadores do IBGE, instituição federal, visitarão cerca de 58 milhões de domicílios brasileiros. A pergunta é: será que ao menos desta vez NÃO vão querer saber a avaliação do presidente da República, como tem sido praxe no Brasil até em pesquisa de sabonete, nos últimos cinco anos? Teoria da conspiração? Depois do que fizeram no Ipea, sim.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dogma 95 e Tarantino

O Dogma está comemorando 15 anos. Ótimo. Mas a cada novo filme de Tarantino, por exemplo, é inevitável pensar no ridículo e provincianismo da coisa toda. O que não quer dizer que Lars von Trier não seja grande, nem que um punhado de cineastas dinamarqueses que o adotaram não fossem (e são) talentosos. Mas é que o panfleto, com suas regras tão rígidas, não deixa de ser rídiculo, sobretudo na arte.

domingo, 1 de agosto de 2010

Beatles 1971

Logo depois da dissolução da banda e até o final de 1971, se formos dar uma espiada no que George, John e Paul produziram como artistas-solo, tem muita coisa boa (e ruim). Mas as melhores canções desse possível disco (duplo) dos Beatles não foram compostas, porque mesmo eventualmente brigados, a química falava sempre mais alto quando eles trabalhavam no mesmo projeto. O problema foi que eles nunca mais trabalharam no mesmo projeto...