quinta-feira, 28 de abril de 2011

Zico

Zico foi provavelmente o melhor jogador do mundo no período 1979-83, mas, infelizmente, não teve o reconhecimento que merecia. Ainda hoje não tem, por incrível que pareça, mesmo que tenha sido um dos maiores jogadores de futebol que já surgiram. Na época, Maradona (exceto em 79, em que fez uma temporada exuberante, aos 18 para 19 anos) era imaturo e viva machucado. Platini, Falcão e Sócrates eram extraordinários, mas ficavam aquém do Galinho. Rummeniggue era um atacante brilhante, decisivo, mas sem um décimo dos recursos e do repertório de Zico, um jogador completo, que possuía a raríssima qualidade de ser um mestre tanto da armação como da conclusão das jogadas. Messi segue esse caminho, hoje. Maradona, não – era muito mais um armador, e não tinha a velocidade e o arranque necessários para concluir na intensidade dos grandes artilheiros (Zico fez mais de 700 gols e, literalmente, milhares de assistências), ainda que fosse um gênio. Pelé, lógico, sim, a própria perfeição, principalmente no período 1958-65. Cruijff, em parte, e por pouco tempo. Antes, Zizinho e Di Stéfano. Zico.

 PS: O Flamengo de 82 é bastante superior ao Barcelona de hoje. O Barça é ótimo, os estilos são parecidos (nem tanto: o toque de bola do Fla era mais objetivo e incisivo, sem tantos passes laterais), mas os jogadores do Mengo, acima de tudo, eram individualmente melhores, não dá para comparar. E o pior é que comparam, mesmo os que, como eu, tiveram o privilégio de assistir a verdadeiros shows de futebol-arte que Zico e Cia ofereciam, a preço de custo, nos estádios, e de graça, na TV. Foi o Santos do meu tempo.