domingo, 20 de dezembro de 2009

A calçada, o ciclismo e a barbárie

A atitude dos motoboys em SP daria um tratado, mas vou passar (por enquanto), por pura preguiça de fim de ano. Mas o que tem me irritado muito ultimamente são bicicletas transitando descaradamente nas calçadas, em alta velocidade, fingindo que somos nós pedestres os loucos a caminhar no meio da rua... Para mim, que bato muita perna por aí (não é o que nos recomedam os verdes, o tempo todo?) a idade máxima de um ciclista para que fosse permitido a ele rodar na calçada seria de um dígito, não mais. Mas claro que são os grandões que desrespeitam, pirulões bem vestidos com 20, 25 anos, e já reparei que, decalcando o modus operandi dos motoqueiros, fazem sinais ao se aproximar, sinais nada amistosos. Outro dia, no caminho do banco, vi que um desses vinha à toda em minha direção e, já meio irritado, resolvi blefar, fingindo que estava distraído. Pois não tivesse algum reflexo e seria albarroado ali mesmo. Volto.

Festas, e Itália e França em agosto

A comemoração do Ano Novo é uma espécie de aniversário coletivo da humanidade, já que os que festejam comemoram a passagem do tempo - o que varia é a quantidade de festas de cada um ao longo da vida naquele dado momento. Depois de alguma idade, começa a ficar meio chato fazer dois aniversários por ano (só escapam disso aqueles que nasceram no último ou primeiro dia do ano)... mas não tem jeito, porque não deixa de ser um ritual importante, e não sou contra, porque eles servem de parâmetro e referência em nossas vidas, já que não vivemos muito - se nossa expectativa de vida fosse de, por exemplo, 3 mil anos ou mesmo menos, acredito que o ano novo não fosse considerado grande coisa e passaria batido. Tudo para dizer que sim, acho bobagem ignorar os rituais só por ignorar, fazer o original e sempre dormir na passagem etc - mas o entorno de alguns deles passa dos limites e nos leva ao stress e até depressão. Me refiro aos 'almoços' com amigos que pouco vemos, encontros com colegas de trabalho, happy hours, festas da 'firma', amigo secreto, enfim, é tudo tão forçado e sem graça que vira um filme ruim e longo, principalmente com o passar dos anos, com o tempo se comprimindo. Que se comemore o Natal (para quem for cristão) e o Ano Novo numa boa, mas sem os acessórios que só têm servido para esvaziar o pouco de autêntico que essa época ainda tem, se é que tem. Aliás, sobre o Natal, eu gostava muito, acreditei em Papai Noel até meus 7, 8 anos, e ainda bem depois me sentia estimulado com a aproximação da data, ela me caia bem. Não sei, mas toda essa obsessão de viajar acho que provocou as primeiras e maiores rachaduras - ninguém tem mais calma para ficar na cidade numa boa, é uma urgência de sair logo daqui, então tudo o que vem antes virou um fardo, e a ceia de Natal não consegue ser exceção. O "fenômeno" nem tão antigo das férias coletivas nessa época (entre mais ou menos 18/12 e 4 ou 5/01), que já inclui quase todos os setores da nossa economia, tb contribuiu, porque uma coisa puxou a outra - sem comércio a cidade meio que não vive, então todos evaporam, como na Itália e França em agosto, algo assustador.