sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Fut

Essa é sobre futebol, e como meus dois únicos leitores - minha mãe e minha mulher - não gostam muito do assunto, provavelmente vou escrever só para mim mesmo, mas isso já me basta - acho que o espírito da coisa aqui é isso. Bom, passado mais um Brasileirão por pontos corridos, teria várias observações a fazer, mas estou com um pouco de preguiça, então vou me deter no que mais me irritou (gostei de várias outras coisas tb). Aquele discursinho dos "jornalistas especializados" (e que, claro, migrou para parte dos jogadores, tipo o Rogério Ceni, por exemplo) de que a última rodada deveria ser uma 'mera formalidade, pois tudo já deveria estar definido'. Tudo para tentar tapar a realidade de que, sim, alguns times entregaram o jogo para prejudicar outros, por rivalidades locais. Para começar, é preciso dizer que, por uma questão de lógica - matemática mesmo - a última rodada é tão importante quanto a primeira, certo? Claro que sim. Por acaso ela vale menos? Evidente que não. Então por que não seria lícito, justo, que o campeonato fosse decidido na última rodada? Aliás seria ótimo que fosse, e foi... Daí a importância de todos os jogos serem jogados com determinação e busca pela vitória, sempre. Eu me lembro que há dois anos, o Cruzeiro dependia de uma vitória atleticana contra o Palmeiras, em São Paulo, para se classificar para a pré Libertadores 2008. E o Palmeiras tb jogava com o mesmo objetivo - uma vitória simples contra o Galo e estaria dentro. E o Galo não jogava por nada, mas, dirigido por Leão, jogou a sério, derrotou o Palmeiras e o Cruzeiro foi à Libertadores. E Cruzeiro e Atlético não fazem uma das mairoes rivalidades entre clubes no Brasil? Ela teria ficado abalada depois do acontecido? Então qual o problema de o Grêmio jogar para valer contra o Mengo na última rodada? E o que dizer do Corinthians, meu time, contra o mesmo Flamengo, na penúltima - na prática a rodada que decidiu o título? Pois é, achei ridículo que os tais "especialistas", a pretexto de defender os pontos corridos, tenham então atentado contra a lógica e criado essa "tese" de que 'o que não se fez antes não se poderia exigir dos rivais que fizessem', etc. É uma grande asneira. O sistema de pontos corridos tem defeitos, mas é bacana e não precisa deste tipo de defesa, que é provinciana e imoral. O campeonato por pontos corridos está sujeito a tabelas que ajudam uns e atrapalham outros, mas se todos jogarem a sério, para vencer, até o fim, como na Europa, o tal problema da última rodada não existe. Simples assim. PS: depois volto para dizer o que penso dos jornalistas "especializados" que estão se especializando em fritar carreiras antes da hora ("ex-jogador em atividade" "só marketing" e outras pérolas), e neste ano de 2009 acabaram se especializando em quebrar deliciosamente as próprias caras. A ver.

Tempo

Não, não vou entrar nessa seara de refletir sobre o tempo. Pelo menos não agora. Só gostaria de saber como acertar o relógio deste blog, que indica sempre a hora errada, mesmo depois de supostamente acertado por mim. Meus dois ou três leitores (e claro que nessa estimativa incluo minha mulher e minha mãe!), por favor, me ajudem. PS: são 10h59 da manhã desta sexta-feira, vamos ver o que indica o relógio na postagem. Lá vai!

Mozart/Beethoven

Sempre achei que os musicólogos subestimam a diferença de idade entre esses dois grandes gênios da humanidade (não escrevo gênios 'da música' porque acho meio limitante, assim como acho bobagem dizer que Einstein, Kepler e Galileu são gênios 'da física', por exemplo. Idem para Platão, Shakespeare, Bach, Dante, Camões etc etc). E ela é bem pequena, já que Mozart nasceu em janeiro de 1756 e Beethoven em dezembro de 1770, ou seja, pouco menos de 15 anos. O fato de Mozart ter morrido aos 35 para 36, quando Beethoven estava para completar 21, talvez explique em parte essa omissão (lembremos tb que Mozart já compunha peças importantes desde muito cedo, e Beethoven não, então é como se a diferença de idade fosse maior). Beethoven ficou orfão de sua principal influência, mas isso talvez tenha sido essencial para que ele pudesse superá-la, o que de fato ele conseguiu, já que encontrou seu caminho e enriqueceu a história da música (mas afirmar por isso que o compositor alemão é superior ao austríaco acho precipitado, além de inútil). Até aí nada a questionar. O que me intriga, e acho, sim, um assunto subestimado pelos musicólogos sérios (talvez não se interessem porque seria mera especulação, mas que seja, e daí?!) é como poderia ter sido a carreira de Beethoven se Mozart tivesse tido uma vida menos curta, ou até longa para a época (vamos considerar a hipótese que Mozart vivesse até os seus 63 anos, 1819 portanto, apenas oito antes da morte de Beethoven). Aliás me intriga também (e até mais) o que Mozart teria criado, até onde teria chegado - se o romantismo que ele já insinuava predominaria etc, é fascinante conjecturar, não duvido que antecipasse o próprio dodecafonismo, hehe! Mas voltando ao gênio alemão. Ele teria conseguido criar o próprio estilo com a sombra do seu ídolo tão próxima (Viena) e por tanto tempo? Gostaria de ter lido um belo ensaio do grande Alfred Einstein sobre isso, mas acho que não rolou! Voltarei ao assunto, porque talvez em breve me arrisque a fazê-lo.