quarta-feira, 5 de maio de 2010

Flanar

Dependendo do bairro, o ato de caminhar em São Paulo, com suas calçadas estreitas, é cada vez mais aborrecido. Parece uma extensão de dirigir automóveis, principalmente se for na hora do rush, e ele existe também para pedestres – no meu, é na hora do almoço (12h às 14h) e final da tarde (17h às 19h). Além das bancas de jornal e ambulantes a diminuir o espaço já exíguo, tem sempre apressadinhos mal educados que forçam a “ultrapassagem”, ciclistas bem crescidinhos que invadem as calçadas - como se isso fosse natural -, tem o pessoal da 'firma' voltando ou indo para o almoço e fechando a passagem, ou os que levam o cachorro para passar com aquelas coleiras elásticas, o que resulta no mesmo. Sem contar as paradas obrigatórias nos sinais de trânsito, que nos fazem parecer carros, argh. Enfim, não se pode simplesmente andar devagar e pensar na vida, mas também não se pode estar com pressa - nem com educação. E olha que andar é uma das coisas mais livres e bacanas que se pode fazer na vida. E é de graça. Ou era.

Hipocrisia

Leio na Folha de S. Paulo de hoje uma notinha de Tostão atacando a TV Globo. O colunista ridicularizava a transmissão de Barcelona X Inter de Milão, na quarta-feira passada, jogo que definiu um dos finalistas da Champions League. Ainda hoje, criticar a Globo é praticamente um esporte no Brasil, e, se isso parecer ter diminuído, foi porque praticamente as críticas todas têm se concentrado no locutor Galvão Bueno (e em Pedro Bial). Não gosto das patriotices de Galvão, mas negar seu talento de narrador e a rapidez e inteligência para enxergar o que acontece nos jogos é injusto, mas, de fato, muito popular. Tostão jogou para arquibancada, portanto, além de se mostrar um hipócrita. É que a Globo tb entrou nas transmissões da Champions League. Enquanto a ESPN era a detentora exclusivíssima de todos os jogos – e por muitos anos foi assim - nenhuma palavra do ex-jogador contra o monopólio que excluía a tevê aberta, e por consegüinte, o povão das grandes partidas do nobre torneio. Aliás, nenhuma palavra contra a agressividade do canal americano, que parecia disposto a monopolizar até o direito de transmissão de casados e solteiros pelo mundo. Quando finalmente a tevê aberta passou a exibir ao menos um jogo por semana (atualmente são dois, nos canais Gazeta/Esporte Interativo e Bandeirantes), a qualidade sofrível dessas transmissões (que assim permanecem) nunca mereceu, que eu saiba, alguma crítica de Tostão. O problema, óbvio, é a Globo ter entrado na parada. O pior é que se tratou de uma crítica injusta, que usa o truque de achar que qualquer ataque a Galvão passa bem: Tostão acusou Galvão de desconhecer os jogadores e confundir seus nomes, enfim, de ser um paraquedista qualquer, que não estaria a altura da transmissão do torneio, quanta heresia... Acontece - e eu acompanhei - que a escalação do Barça foi divulgada com dois erros em TODAS as tevês (inclusive na ESPN), por isso a equipe da Globo teve que tentar acertar um ou dois nomes ao vivo, e pelo visual dos jogadores, o que foi feito, rapidamente, e sem maiores problemas. Galvão torceu descaradamente para a Inter, em função dos jogadores brasileiros que fazem parte da seleção de Dunga? Sim, e isso poderia merecer críticas, mas distorcer as coisas para agradar amigos e posar de crítico rigoroso é desonesto. E, pelas circunstâncias, hipócrita, sim.

Cor X Fla e Freud

Hoje à noite, seja qual for o resultado do superclássico Corinthians X Flamengo, no Pacaembu, haverá muita comemoração de anticorintianos ou anti-rubro-negros, no Rio e São Paulo, com direito a fogos, gritos e etc. Freud explicaria com facilidade. É que os dois clubes possuem, disparado, as duas maiores torcidas do Brasil, e isso sempre causou um certo mal-estar nos rivais menos “dotados” de cada um nas duas cidades. É isso. Não é que seja inveja do pênis, é a inveja do pênis maior. Hehe! PS: que avance na Libertadores o melhor, e se possível, que hoje o melhor seja o Corinthians!