sábado, 25 de dezembro de 2010

De pretensão e água benta

Há uma passagem de Beira-Mar, do grande Pedro Nava, em que o memorialista cita uma frase do amigo Mário de Andrade sobre a possível influência dos poetas simbolistas no modernismo brasileiro. Ei-la: "Não imitamos Rimbaud. Nós desenvolvemos Rimbaud. Estudamos a lição de Rimbaud"*. Digo eu: quanta pretensão! Quem era Mário de Andrade para se comparar (e superar!) um dos maiores poetas de todos os tempos, em qualquer língua? Mas esse tipo de postura era algo bem típico do escritor paulistano, que superestimava o valor da sua obra, no que mostrou imenso talento, já que esta continua a ser superestimada no Brasil.

* a frase foi citada pelo jovem Carlos Drummond, no artigo "Poesia e religião", para A Revista. Claro que o futuro grande poeta se sentia devedor da obra de Mário, como de resto praticamente toda a Geração de 30. Mas, esteticamente, principalmente em poesia, Mário não era tudo isso. Aliás, não era nada disso...

Globalizou

O Natal está virando moda no oriente e em alguns países de religião islâmica. Não deixa de ser irônico, depois de tantos ataques à civilização ocidental ao longo desta década que está acabando - nesse sentido, Bin Laden quebrou a cara. Viva o Natal, feliz Natal!