sábado, 13 de fevereiro de 2010

Folk

Sobre o post em que falava do carnaval, da sua morte, teve quem achasse que a simples existência das escolas de samba do Rio seria uma prova de que eu estaria equivocado. Posso estar, no problem, mas não por este argumento. Eu comecei o texto justamente enaltecendo a grandeza das escolas e de suas baterias sinfônicas, impressionantes. Mas o ponto não é este. Acho que com a morte da transgressão, que sempre foi o espírito e o motor do carnaval brasileiro, as escolas foram aos poucos se transformando em folclore, porque o carnaval propriamente dito morreu. Ou seja, sua manifestação coincide com os feriados do carnaval, mas não dependeria deles para continuar a existir, tanto que está firme e forte - assim como importantes manifestações folclóricas como o hipnótico boi-bumbá e a interessante congada não precisam do "evento" carnaval, e, no caso, tampouco da data. Mas não deixa de ser uma pena quando a festa vira folclore, porque as coisas tendem a ficar engessadas e presas ao passado. Claro que é o caso do Boi e da congada. E acho, das escolas, de uns 15, 20 anos para cá, mas aí trata-se de um processo que, evidentemente, ainda está em curso. PS: não duvido que o futuro das escolas de samba do Rio, no longo prazo, diferente do aconteceu com o boi-bumbá, venha a seguir o exemplo artificial e autômato da festa "folclórica" de Parintins, o que seria deprimente.