domingo, 27 de fevereiro de 2011

O processo

Post* de um blog de literatura cheio de diquinhas pseudo-espertas para escritores aspirantes. “Escreva, reescreva, jogue fora, puxe pela memória etc.”, parece receita de bolo. É o trololó “moderno-minimalista” de sempre, e já centenário. No limite, o sujeito vai escrever uma frase a cada dez dias, bem lapidada, claro, tudo muito sério, profundo, “enxuto”. E mesmo que o discurso não tivesse o surrado viés do minimalismo, um escritor, qualquer um, que se sujeita a fórmulas, e tão rígidas como aquelas, merece cair imediatamente no ridículo, porque obviamente está se levando muito a sério. Afinal, boa parte de tudo o que se produz, é irrelevante, é ruim, sempre foi assim. Uma obra menor a mais não faz a menor diferença, é até bem-vinda. Se ela se sobressair, ótimo, sucesso à vista, mas é o tal “processo” que seduz quem se arrisca a criar.

* http://veja.abril.com.br/blog/todoprosa/sobrescritos/conselhos-literarios-fundamentais-i/