terça-feira, 24 de agosto de 2010

As tais "arenas"

Acho essa recente obsessão brasileira por novas"arenas" uma grande bobagem, meio provinciana até. Como se contruir estádios próprios fosse um passaporte para a grandeza e prosperidade eternas de um clube de futebol. Por acaso o Milan e a Inter de Milão, dois dos cinco maiores clubes do mundo, ao lado do Real Madri, Manchester United e Barcelona (Bayern de Munique e Chelsea ainda precisam comer feijão), não dividem o uso de um mesmo (e velho) estádio municipal, em Milão, que só muda de nome conforme o mandante? Qual o problema? Parece que a regra agora é lavar dinheiro, quanto mais bilhões de euros, melhor, e times como o Chelsea se prestam muito bem ao papel. Por mim, Corinthians e Palmeiras fariam uma parceria nos mesmos moldes dos italianos, reformando o Pacaembu - aliás, voltar a jogar no Pacaembu está fazendo muito bem ao Palmeiras, principalmente aos jogadores, sem a turma do amendoim enchendo o saco (acho que nem Pelé escaparia das vaias e perseguições, tivesse sido revelado no Palmeiras de hoje). Mas se um clube tem condições de levantar recursos privados para a construção  (e manutenção) de sua própria "arena", tudo bem, que se faça, como parece ser o caso do Palmeiras. Mas é bom lembrar, a bem da verdade, que o estádio do Morumbi se ergueu com a ajuda camarada de recursos públicos, boa parte já na ditadura militar - muita gente prefere não tocar no assunto.