Pretendo deixar de acompanhar futebol*. Para mim deve ser tão difícil ou simples como parar de fumar de repente. Não posso dizer, nunca fumei. Mas é o que vou fazer. A verdade é que o futebol deixou de ser autêntico - tem a qualidade, rara no Brasil, de se basear na meritocracia - não há Dilma Roussef que transforme um cabeça-de-bagre num craque - mas só isso não basta. A televisão, o big business, sem querer, matou o futebol. Sempre defendi a economia de mercado, mas neste caso tenho de admitir que o capitalismo não fez lá um grande bem ao futebol - se por um lado, mais investimento fez multiplicar a remuneração da elite dos jogadores, algo muito positivo e justo, ao mesmo tempo foi minando seu aspecto lúdico, uma característica que sempre o diferenciou da maioria dos outros esportes coletivos. Esses supertimes europeus, com seus jogadores de 40 nacionalidades, seus estádios limpinhos e gramados perfeitos me dão sono, mesmo quando jogam entre si - de novo, não são autênticos. O futebol brasileiro, sem tanto dinheiro, também capitulou - essa coisa de "arenas", "sócio-torcedor" etc., que coisa mais chata. Acho que a gota d'água foi saber que a reforma do Maracanã vai implicar na redução do seu gramado portentoso. Ou talvez tenha sido esse entrega-entrega no Campeonato Brasileiro. Não sei. Por acaso passa na TV Melinda e Melinda (2004), de Woody Allen. Minha nossa, é péssimo e tão previsível, equivocado. Será possível que em nenhum momento passou pela cabeça do grande diretor abortar o filme, ou refazê-lo, em outros termos, como fez com Setembro (1987)?
* A história do futebol seguirá me interessando.
* A história do futebol seguirá me interessando.
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