Também de 1974, gravada estupendamente por Maria Bethânia, mostra os recursos infindáveis do compositor, evocando na melodia, sonoridade e letra, o melhor estilo "dor-de-cotovelo" produzido no Brasil nos anos 30 e 40, mas com um ou outro verso que nos fazem saber que não se trata de uma velha canção (como a último verso do refrão). Melodia riquíssima, que não se repete, apenas o refrão, grudento. Letra que esbanja virtuosismo na homenagem retrô, sem ironias tropicalistas. Vicente Celestino, que já tinha morrido na época, aprovaria, com louvor. Obra-prima!
http://www.youtube.com/watch?v=VRQni3vJWrE
Drama
Caetano Veloso
Eu minto mas minha voz não mente
Minha voz soa exatamente
De onde no corpo da alma de uma pessoa
Se produz a palavra eu
Dessa garganta, tudo se canta:
Quem me ama, quem me ama?
Adeus! Meu olho é todo teu
Meu gesto é no momento exato
Em que te mato
Minha pessoa existe
Estou sempre alegre ou triste
Somente as emoções
Drama!
E ao fim de cada ato
Limpo num pano de prato
As mãos sujas do sangue das canções
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