segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Past

A década de 1970 foi uma autêntica segunda época de ouro da canção no Brasil. Talvez ainda mais rica e diversificada que a dos anos trinta. Ao pensar no que foi produzido entre 1971 e 1980, fica até difícil de entender como foi possível. Era um tempo em que Caetano, Gil, Chico Buarque, Milton Nascimento, Roberto e Erasmo Carlos estavam no auge da forma, produzindo praticamente um novo LP por ano e não raro mais de um (como músicas inéditas e só uma ou outra regravação). Cantoras como Gal, Bethânia, Elis, Clara Nunes, idem e, com menos freqüência, a linda voz delicada de Nara Leão. Havia os jovens Alceu Valença, Djavan, Fagner, Walter Franco e Marina (já no finalzinho da década), sem contar Jorge Ben, Tim Maia, João Gilberto, e o verdadeiro início do rock nacional, com Casa das Máquinas, Rita Lee, Tutti Frutti e Arnaldo Baptista. Não faltavam bons produtores, como Guto Graça Mello, Rogério Duprat, entre muitos outros. No mundo, o rock e o pop viviam igualmente um período extraordinário, com inúmeras grandes bandas e talentos-solo como Led Zeppelin, Bowie, Stones, Iggy Pop, Neil Young, Lou Reed, Pink Floyd, Queen, bandas punk, punk rock e já pós-punk, Marvin Gaye, Michael Jackson, disco music etc, etc. A música erudita tampouco era ignorada, e uma grande quantidade de gravações entrou para a história, como a dos pianistas Horowitz e Abbado, as philarmônicas de Viena e Berlim, orquestras de rádios do leste europeu, entre vários outros registros. A indústria do disco florecia, e esse boom incentivava o surgimento de grande talentos, numa espécie de círculo virtuoso perfeito. Uma outra era. E até que durou muito.

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