sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Cruz e Sousa - Vida obscura

"Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro. Ó ser humilde entre os humildes seres. Embriagado, tonto dos prazeres. O mundo para ti foi negro e duro. Atravessaste no silêncio escuro. A vida presa a trágicos deveres. E chegaste ao saber de altos saberes. Tornando-te mais simples e mais puro. Ninguém te viu o sentimento inquieto. Magoado, oculto e aterrador, secreto. Que o coração te apunhalou no mundo. Mas eu que sempre te segui os passos. Sei que cruz infernal prendeu-te os braços. E o teu suspiro como foi profundo!". O autor deste soneto não foi grande? Sim, claro que foi. Grande ao quadrado.

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