sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Preguiça

Leio no Caderno 2 de hoje sobre uma nova peça de Enrique Diaz, 'In on It'. O título da matéria é uma opinião do diretor, nada modesta, por sinal, dizendo que a montagem brasileira seria melhor que a original, de Nova York. Ele tem todo o direito de achar isso, talvez a sua seja mesmo melhor. O que não consigo aceitar é a postura da editoria, que a encampa sem nada questionar, e ainda dá título à longa reportagem. Cadê a crítica? Não tem, só um texto entremeado com citações de Diaz. Fica claro que a autora do texto (Beth Néspoli) joga a favor da peça, até aí tudo bem, mas isso não é embasado por uma crítica escrita por ela, explicando por que a peça seria boa - ela simplesmente deixa no ar que sim, vale a pena pagar para ver. Não gosto disso, até porque este exemplo com Diaz está bem longe de ser exceção no Caderno 2, e tb em boa parte do jornalismo voltado para cultura e entretenimento no Brasil, internet incluída. Um jornal da importância de O Estado de S. Paulo, assim como da editoria do Caderno 2 não deveria se prestar a ser um simples divulgador. Prefiro o exemplo da Folha, em que, quando se trata das expressões artísticas populares e importantes como cinema, música e teatro (ainda), sempre há o cotejamento entre a opinião dos autores e a do crítico, em texto colocado na mesma página, mesmo que eventualmente menor que o da divulgação. Agora me deu vontade de falar de teatro.

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