sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Costumes e Barbara
Barbara Heliodora me ganhou de primeira, quando, numa entrevista há uns bons 10, 12 anos (ou mais), explicou por que fazia (e ainda faz) questão de assistir precisamente a estréia para escrever a crítica de uma peça. Ela partia da constatação óbvia de que o preço do ingresso da estréia era cobrado como em qualquer outro dia da temporada, e por uma questão de respeito ao público pagante, ela deveria saber se a peça era boa ou ruim o mais rápido possível, para alertar as pessoas ou incentivá-las a ir ao teatro. Simples, de uma obviedade inquestionável, mas não no Brasil da época, porque a todo momento, quando a crítica não era favorável, Barbara contava que era interpelada pelos atores e diretores com um "mas por que vc não esperou mais tempo?, para a peça ganhar ritmo" e tal, absurdos para os quais ela tinha a tal resposta que o preço do ingresso era cobrado desde o começo, e não apenas a partir do momento que a peça ganhava "ritmo" etc, etc. Me lembrei disso por causa do post abaixo, claro. No fundo, essa camaradagem que se espera dos críticos, no Brasil, continua firme e forte. E, infelizmente, com a ajuda luxuosa dos próprios veículos...
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