quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Dica para alguém

Se só tiver 10 minutos e 41 segundos livres num dado dia, ouvir o adágio (ma non troppo, terceiro movimento) da sonata para piano nº 31, em La bemol maior (op.110), Beethoven, claro, possivelmente um dos dois ou três pontos mais altos que a música produzida por seres humanos conseguiu alcançar (porque não excluo a possibilidade de extraterrestres avançados terem voado alto também neste quesito e não apenas na tecnologia). Se o tempo for um pouco maior, ouvir, claro, a sonata inteira. Se possível, todas as 32, uma por semana. Voltando ao adágio, o contraponto da segunda parte cada vez mais me parece uma homenagem a Bach. Nunca li nada a respeito (talvez por ignorância), mas pode ser, porque a época em que a composição foi feita coincide com o período em que Beethoven se debruçou na obra do grande compatriota. PS: disse homenagem, mas penso ser mais do que isso. É como se Beethoven tivesse precisado fazer uso de um certo tipo de contraponto - levado às últimas conseqüências por Bach - para chegar aonde queria. E, tendo obtido êxito, pode-se dizer que, sim, trata-se também de uma homenagem, uma linda homenagem, de gênio para gênio. PS2: este post é dedicado ao meu pai, Bruno, e à querida amiga Jenny, grandes fãs das sonatas de Ludwig van e de sua música em geral. Em tempo, a intérprete em questão é a grande pianista Daniela Ruso.

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