quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Gripe

Incrível que até hoje a Gripe Espanhola não tenha rendido um grande livro no Brasil. Nava a registra, e as passagens estão entre as melhores de Chão de Ferro. Mas penso num livro só sobre os trágicos eventos que aconteceram no curtíssimo período entre outubro e novembro de 1918, que mataram até o presidente da República da época (Rodrigues Alves)*. O número de óbitos, só no Rio, teria ultrapassado inacreditáveis 18 mil pessoas, isso numa população que tinha pouco mais de um milhão, ou seja, quase 2% dos habitantes da cidade teriam morrido por causa da gripe. Estima-se que mais de 60% da cidade tenha adoecido - outro número assustador (mas não ponho minha mão no fogo especificamente por esse dado). A Espanhola, pelo pouco que li a respeito, era uma espécie de meningite elevada ao cubo, e claro, não havia antibióticos, o que compunha o filme de terror - famílias inteiras pereciam em questão de dias, não sem antes grande sofrimento. Fernando Morais chegou a anunciar que contaria essa história, mas isso há uns bons 12 anos, e até agora nada - a essa altura, é mais fácil supor que esteja no projeto de alguma biografia de Orestes Quércia ou Hugo Chaves, hehe! Pena, porque poderia ser um grande livro. Quem sabe Ruy Castro não se habilita? Ou Algum ficcionista? A ver. *Na verdade Rodrigues Alves adoeceu e faleceu pouco antes de assumir o que seria seu segundo mandato.

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