terça-feira, 27 de julho de 2010

Mano na Seleção

Por linhas tortas, foi boa a definição de Manos Menezes como o novo treinador da seleção brasileira. Sua primeira convocação, cheia de novidades, foi excelente, agradando a gregos e troianos, e já na primeira entrevista coletiva o ex-técnico do Corinthians deu um show, se mostrando articulado, inteligente e bem educado, mas não subserviente à imprensa. Mano se expressa bem e sem afetação, coisa rara no mundo do futebol - possivelmente não se vê isso em um técnico da Seleção nos últimos 40 anos, no mínimo. Muricy Ramalho é ok, competente, construiu um currículo vitorioso, mas é tão ou mais intratável que o antecessor, Dunga, o zangado. Este pelo menos tinha a desculpa, o trauma de ter sido espizinhado pela imprensa, como jogador, na derrota de 1990 – não justifica, mas pode explicar, vindo de uma pessoa de inteligência emocional tão baixa. Já Muricy sempre fez a linha ‘escrotinho do bem’ nas coletivas, com sua mania, talvez por puro sadismo, de maltratar quem não pode se defender na mesma medida, o que mostra uma boa pitada de covardia – ainda assim é aceito por parte da grande imprensa, principalmente entre os que não precisam tratar com ele no dia a dia... Mas não é só por questões de postura. No plano tático, logo de cara Mano propôs o 4-3-2-1, esquema muito mais atual e de acordo com a tradição ofensiva do futebol brasileiro que o ultracauteloso e já caduco 3-5-2 de Muricy. Isso não significa que Mano vai se sair bem - tem um abacaxi logo no ano que vem, Copa América realizada na Argentina, país que terá de ganhar na marra devido ao jejum de títulos – e terá de tomar cuidado para não ser fritado. Agora é esperar pra ver, mas acho que finalmente vou voltar a torcer para o Brasil.

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