quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Vida Alheia
Criei recentemente uma conta no Facebook, e noto que não se pode zapear à vontade por amigos de amigos se não fizermos o convite etc. Na prática isso é bom, porque as coisas ficam mais objetivas e seguras, mas foi inevitável lembrar do começo do Orkut, coisa de 4, 5 anos, até menos, quando dava para navegar ad aternum nos perfis dos amigos dos amigos, até cansar (hoje isso não deve rolar mais). E nem precisava ter conta, só Gmail, tanto que nunca tive um perfil lá (aliás tive, mas por muito pouco tempo, coisa de dois meses). Gostava, de começar por desconhecidos, até tentar fechar o círculo com algum amigo. Gostava mais ainda - como todo mundo - de fuçar esses desconhecidos, os gostos, listas de filmes, livros, férias, acabava rolando umas dicas interessantes, outras patéticas, mas no fim sobrava uma melancolia de constatar que somos muito parecidos nos nossos desejos, muito mais do que gostaríamos. Mesmo podendo ser essa diferença tão significativa quanto o 1,5% que nos diferencia dos chimpanzés. Por isso, em que pese o fim da brincadeira de espiar pelo buraco da fechadura, o atual mistério por trás de cada fotinho acaba soando melhor.
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