quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Chão de Ferro

No final do ano encontrei uma brecha para reler Pedro Nava - fazia um bom tempo que não dava bola para ele. Na verdade, durante (toda) a década de 90, li tanto e tão repetidamente seus livros de memórias que parti para os comentaristas. Aliás, é preciso ter cuidado com certos ensaios de literatura feitos por 'especialistas', ou seja, professores de literatura. Às vezes são bem pertinentes, mas seus autores, quando não escrevem mal ou partem para a idolatria e verdades absolutas, quase sempre vêem defeitos na estrutura dessa ou daquela passagem, capítulo ou boa parte da obra analisada. Eu acabei me deixando influenciar (não de todo), comecei a ver pêlo em ovo e fui deixando o velho Nava para trás. Mas perto do Natal, não resisti a uma edição de Chão de Ferro que descansava na prateleira, me encarando - a única de minha coleção (que começou com meus pais) que comprei num sebo (em 1995), uma bela edição da José Olympio de 1976, já com coloração das páginas meio enferrujada, uma delícia. E o livro, se não arrisco a dizer que é o melhor, digo que hoje é o que me dá mais prazer. Tem várias, inúmeras passagens antológicas, me comove invariavelmente, é batata... Que livro maravilhoso, e apesar de ser o número 3 das Memórias, acho que pode muito bem ser o primeiro para quem ainda não começou a sequência, sem atrapalhar. Recomendo muito e PS: há um bom tempo Chão de Ferro foi reeditado e é facilmente encontrado nas boas livrarias da cidade. Uma pena que a José Olympio seja só passado, mas isso fica para um outro comentário.

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