sábado, 16 de janeiro de 2010

Mistério

Aliás, o surgimento e sucesso dos Beatles e de outras bandas britânicas sempre me intrigou. Por mais que se afirme que Liverpool, pelo fato de ser um porto que recebeu muitos combatentes americanos durante a II Guerra, e que mesmo antes disso já era cosmopolita exatamente por ser uma cidade portuária, onde se ouvia e via de tudo, não entra fácil na minha cabeça que jovens ingleses (de Liverpool ou não) do final dos anos 1950 pudessem sequer cogitar fazer algo remotamente parecido com rock’n roll, uma música germinada nos Estados Unidos por seleção natural ao longo de décadas, séculos, tendo bebido na fonte do folk, jazz, country, blues, rhythm and blues, até resultar em Little Richards, Chuck Berry, Jerry Lee Lewis e Elvis. O fato de falarem a mesma língua não justifica, ou não deveria ser a explicação mais satisfatória. Talvez o fator Elvis, sendo ele branco, seja a chave, mas o fato é que os próprios Beatles - e isso existe até hoje entre músicos ingleses – se sentiam uns caipiras quando o assunto era os Estados Unidos da América. Qualquer coisa dos Estados Unidos, e quando no caso, era a música, então... Nem em sonho podiam sequer aspirar alguma comparação com estes monstros sagrados, que já eram mitos na época. Para mim seria como se portugueses, a partir do meio dos anos 60, senão no samba (mas talvez até nele), mergulhassem de cabeça na nossa bossa-nova, e que lograssem êxito! De qualquer forma, depois quero me aprofundar mais nesse assunto, porque o considero completamente ignorado. Nunca li nada sobre essa suposta contradição, ou pelo menos nada que me satisfizesse.

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