segunda-feira, 11 de abril de 2011

"Neste momento, às margens do Sena, junto a Maison de la Radio, os termômetros marcam..."

Esse bordão me marcou. Reali Júnior morreu no sábado passado, aos 71. Quando eu era criança - na metade dos anos 1970 -, o ouvia com frequência no caminho para a escola, no rádio do carro dos meus pais, que gostavam de acompanhar o Jornal da Manhã*, da Jovem Pan ("Repita!"). Me impressionava com as temperaturas invariavelmente baixas de Paris - a não ser nos meses de verão, e olhe lá. Ficava imaginando como seria essa tal  Maison de la Radiô. Reali era uma voz marcante, um grande texto, jornalista completo e famoso também pela generosidade incomum. Não sabia que estava doente. Vai fazer muita falta.

* Logo me tornei um fã deste noticiário ágil e muito bem produzido, que está no ar até hoje, basicamente no mesmo formato, compreensivelmente sem a mesma relevância daqueles tempos - numa época ainda bem distante da internet, o Jornal da Manhã sabia repercurtir com muita competência as principais manchetes da grande imprensa de São Paulo e Rio, o que o fez ganhar uma audiência fiel e numerosa. Gostava especialmente das entradas ao vivo dos correspondentes, que davam boletins direto das capitais, de norte a sul do país (além de Realy, de Paris). Além dos sotaques próprios de cada região, o contraste das temperaturas me encantava.

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