quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sopranos

Tenho visto Família Soprano em DVD. Nunca tinha dado muita bola para séries americanas, mas venho corrigindo isso recentemente - The Shield, e agora os Sopranos me fizeram mudar completamente de idéia. Apesar da violência e sordidez - impactantes no limite do (in)suportável - o retrato da máfia de New Jersey é tão fluente (ainda que intencionalmente meio caricato), que fica praticamente impossível parar. São as novelas de lá, só que semanais, mas para quem cresceu vendo novelas brasileiras, com capítulos diários, soa estranho, porque já me aconteceu de quase virar a noite até que uma temporada inteira dos Sopranos terminasse, e ainda sim já queria mais, o sono é que me fazia parar. Provavelmente o americano médio acompanha várias séries ao longo da semana, por isso não sente tanta falta do capítulo seguinte de uma em particular. O fato é que os capítulos são elaborados e produzidos como no cinema, e ficaria inviável que fossem diários, de tão caros. Além disso, haja roteiristas, seria impossível. Diferente de 24 horas, Soprano tem um ritmo que até pode se classificar de lento, mas só na aparência, já que sua atmosfera pesada envolve o espectador aos poucos, num crescente sem trégua. Fotografia de primeira, interpretações soberbas, alguns diálogos idem, a abertura nota mil, e o mérito de mostrar a máfia italiana na grande Nova York na atualidade, em especial o dia a dia de uma das italian families. Como se a história de Godfather tivesse tido a oportunidade de se estender em meses, anos. Bom demais.

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