terça-feira, 30 de março de 2010

Ficar

Logo que terminei de ler “A Arte de Viajar”, de Alain de Botton, há uns seis ou sete anos, fiquei contente e aliviado, porque, com exceção da alta juventude, quando qualquer pretexto era válido para viajar ("para qualquer lugar! qualquer lugar! desde que eu saia deste mundo!", Baudelaire citado por Button), para mim elas quase sempre precisam de um significado, de um pequeno motivo que seja - por mais subjetivo - para se justificarem. E, de certa forma, é o que fala Botton, com erudição e poesia – seu livrinho é uma pequena jóia. Mas, dito isso, hoje me deti num avião que já manobrava no céu, provavelmente para a rota da ponte aérea SP-Rio, que me fez ter uma enorme vontade de pegar um táxi para o aeroporto e pegar uma carona para qualquer lugar a não menos que umas 18, 20 horas de vôo. Passar uns 10 dias nesse destino incerto e voltar de navio, para ler com tranqüilidade os livros que já se acumularam. Mas como nos ensina Botton, essa atitude tenderia a cair no vazio, portanto, fiquemos por aqui e não percamos mais tempo.

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